Muitos milhares de quilómetros depois, a percorrer o País de lés a lés, na sua demanda para “Sentir Portugal” e aparecer na fotografia, Luís Montenegro, 49 anos, continua a lutar contra sondagens teimosas, pouco propensas a reconhecerem a mudança que está a operar no PSD e no estilo de oposição. Antigo líder parlamentar da bancada dos sociais-democratas, nos anos da Troika e do Governo de Passos Coelho, o delfim assume a herança sem complexos. Reconheça-se-lhe o afã, as ideias já apresentadas, a combatividade e o facto de ter rompido com a gestão errática de Rui Rio e de ter reconciliado o que parecia ser um saco de gatos, dentro do PSD. Ainda assim, substituiu o líder parlamentar escolhido por Rio, Paulo Mota Pinto, que parecia ter um perfil suficientemente conciliador para fazer a transição. Mas saiu. Do episódio, registe-se a lisura e a substituição sem dramas. No seu lugar, Miranda Sarmento, “o Centeno de Rui Rio”, transita da anterior equipa do ex-líder do PSD.
A relação com o Chega é o ponto mais ambíguo da liderança de Montenegro. Por causa do referendo à eutanásia, associou Ventura a Costa. Uma nova estratégia?