Durante três anos, o mandato do major-general Agostinho Costa na presidência do Internato de São João (ISJ), uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), controlada pelo Grande Oriente Lusitano (GOL), decorreu discreto e tranquilo, mas bastaram apenas três meses para que as suas polémicas análises nas televisões sobre a guerra na Ucrânia – é acusado de assumir posições pró-russas – e as consequentes críticas públicas de que tem sido alvo passassem a ser motivo de “desconforto” e “perplexidade” no interior da maçonaria.
À VISÃO, um maçon do GOL, que pediu para não ser identificado, explica como “toda esta visibilidade negativa tem gerado incómodo” no Palácio Maçónico – e até contaminado a imagem da recém-eleita liderança da organização. “É difícil perceber algumas das posições de Agostinho Costa, mas isso nem sequer é o pior. O que ninguém compreende é por que razão, perante as acusações de que tem sido alvo, de ser ‘pró-russo’ e ‘putinista’, ele não vem a público defender-se; por outro lado, também ninguém compreende porque se mantém este silêncio ensurdecedor do grão-mestre [Fernando Cabecinha], quando há um ‘irmão’ a ser duramente criticado, todos os dias, em todo o lado, muitas vezes por figuras muito mediáticas. Há muitas formas de se fazer chegar às lojas [maçónicas] alguma reação, uma palavra que permitisse, pelo menos, tranquilizar os restantes ‘irmãos’… mas isso ainda não aconteceu. É normal que este silêncio [do grão-mestre] comece a ser interpretado pelos maçons como indiferença ou medo de agir”, salienta a mesma fonte.