“Necessitamos de sindicatos de classe, que não cedam à burguesia patronal, que defendam única e exclusivamente e de forma intransigente quem trabalha, que saiam da defensiva e passem ao ataque!” No site www.osindicato.pt, a carta de princípios não engana. Esta linguagem tem uma marca. Mesmo que a assinatura, PCTP/MRPP, não esteja lá.
Cada vez menos pessoas, ao longo da última década, escolheram traçar, no boletim de voto, uma cruz no espaço correspondente à foice e ao martelo do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses – Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (PCTP/MRPP). Entre as legislativas de 2011 e 2022, o histórico partido fundado e liderado, de facto, durante mais de quatro décadas, por Arnaldo Matos perdeu cerca de cinco sextos dos seus eleitores: de 62 682 passou para apenas 13 016 votos, nas últimas eleições de 30 de janeiro. Perante a ameaça de extinção nas urnas, sem sequer conseguir reunir condições para receber a subvenção estatal atribuída aos partidos políticos que somam, no mínimo, 50 mil votos (o que já acontece desde 2019), o PCTP/MRPP resolveu mudar radicalmente de estratégia: a esperança na sobrevivência passa agora pelo recém-criado Sindicato do Proletariado, apresentado publicamente na véspera do 1º de Maio, Dia do Trabalhador – se os proletários não chegam ao partido, tenta o partido chegar aos proletários.
