Chegaram de todo o País e tomaram posse esta terça-feira de manhã. Cerca de 30% dos deputados estreiam-se na Assembleia da República (AR), nesta legislatura. Muito contribuem para esta percentagem os recém criados grupos parlamentares do Chega e da Iniciativa Liberal, que, com exceção dos seus líderes, trazem só caras novas a um Parlamento com menos mulheres e jovens.
As mulheres representam agora 36,5% do universo de deputados (menos 2,2% que em 2019), um recuou nos números que vinham em sentido crescente desde 2011. As perdas eleitorais do PCP, do BE, do PAN e do CDS (pela primeira vez fora da AR) contribuíram para este resultado, mesmo assim os dois primeiros elegeram cada um três mulheres (em seis e cinco deputados respetivamente).
Neste mandato, haverá também menos jovens até aos 30 anos. São apenas oito (menos dois) e metade senta-se na bancada socialista (Miguel Costa Matos, Joana Sá Pereira, Eduardo Alves e Miguel Rodrigues). Os restantes foram eleitos pela Iniciativa Liberal (Patrícia Gilvaz e Bernardo Blanco), pelo PSD (Alexandre Poço) e pelo Chega (Rita Matias). É preciso recuar até 2009 para encontrar uma representação menor dos sub-30 na AR.
As novas bancadas parlamentares
Foi na bancada parlamentar do PS que houve mais mexidas (24% dos parlamentares chegaram de novo, entre eles está, por exemplo, o secretário-geral adjunto da UGT, Sérgio Monte) e na do PSD (22%, agora com a presença do “Centeno social democrata” Joaquim Miranda Sarmento e do professor associado na Universidade Nova de Lisboa Tiago Moreira de Sá).
Destacam-se ainda os grupos parlamentares do Chega, da Iniciativa Liberal – é a primeira vez que estes dois partidos ocuparão várias cadeiras na Assembleia, desde que entraram para o Parlamento, em 2019 – e a chegada de Rui Tavares, dirigente e fundador do Livre, que esteve mais de uma década a ensaiar tentativas para se sentar no hemiciclo. Na legislatura anterior, o partido elegeu uma deputada, Joacine Katar Moreira, que se incompatibilizou com o Livre e passou a independente. O Livre e o PAN são agora os únicos partidos com deputados únicos (no caso do último, a líder Inês Sousa Real regressa para mais uma legislatura).
No Chega, entre os 11 estreantes encontram-se: Rita Matias, a parlamentar mais jovem desta Assembleia e a única mulher a representar o partido; Bruno Nunes, vereador em Loures e ex-deputado municipal do PSD; Rui Paulo Sousa, empresário e presidente da Comissão de ética do partido; Pedro Pessanha, gestor imobiliário e presidente da distrital de Lisboa; Rui Afonso, bancário e líder da distrital do Porto; Diogo Pacheco de Amorim, assessor de Ventura no Parlamento na legislatura passada e ex-membro do MDLP (Movimento Democrático de Libertação de Portugal); Pedro Frazão, veterinário, vereador na autarquia de Santarém e membro da Opus Dei; Jorge Valsassina Galveias, mediador imobiliário; Filipe Melo, gestor e líder da distrital de Braga; Pedro Pinto, promotor de touradas e um dos secretários-gerais do partido e Gabriel Mithá Ribeiro, professor e “ideólogo” do Chega.
Na IL, juntam-se a Cotrim de Figueiredo, a coordenadora do gabinete de estudos do partido, Carla Castro, que já trabalhava no gabinete na AR na legislatura anterior; tal como Rodrigo Saraiva, ex-assessor de comunicação e o novo líder do grupo parlamentar; e Bernardo Blanco, que era assessor político. Completam a bancada, o ex-líder do partido, Carlos Guimarães Pinto; a ex-Presidente da Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Porto, Patrícia Gilvaz; o advogado Rui Rocha e a gestora de marketing Joana Cordeiro.