Faz o que eu digo, mas não ligues ao que faço. Podia ser esse o lema da Geringonça nesta última legislatura. Depois de uma clara aproximação entre as forças de esquerda entre 2015 e 2019, PS, BE e PCP passaram a votar de forma muito mais afastada depois das últimas legislativas, sem que isso se tivesse refletido numa mudança na forma como falam e no tipo de palavras que usam, tanto nos seus programas eleitorais como nas intervenções na Assembleia da República.
Sem terem mudado a sua linguagem, PS, BE e PCP passaram a coincidir menos na votação de projetos de lei, após as eleições de 2019
“A última legislatura foi claramente diferente no perfil de votações – há uma óbvia divergência –, mas o discurso quase não mudou”, aponta Joana Gonçalves Sá, investigadora do LIP e uma das responsáveis por um estudo recente que analisa todas as intervenções dos deputados no Parlamento, os seus programas e a forma como votaram projetos de lei.