O ministro das Relações Exteriores brasileiro garantiu hoje ao Governo português todo o empenho das autoridades policiais no caso do assalto à residência do cônsul de Portugal no Rio de Janeiro, revelou o ministro Augusto Santos Silva à Lusa.
A garantia foi dada num telefonema que o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, fez hoje de manhã ao ministro dos Negócios Estrangeiros Português, Augusto Santos Silva.
“Falei hoje de manhã, por iniciativa sua, com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, o chanceler Carlos França, que se encontra a participar na reunião do G20 em Roma, mas teve a amabilidade de me telefonar”, disse o governante à Lusa.
O ministro adiantou que o chanceler brasileiro lhe garantiu “todo o empenhamento das diferentes autoridades policiais do Brasil”, assim como do Governo, no apuramento do que se passou no assalto à mão armada à residência do cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro.
Deu ainda a garantia da “máxima segurança” para todas as missões diplomáticas e consulares de Portugal no Brasil, sublinhou Augusto Santos Silva.
“Naturalmente, agradeci este gesto que muito me sensibiliza e manifestei da minha parte, também, toda a certeza em que a segurança devida das missões diplomáticas, nos termos das Convenções Internacionais, é garantida”, afirmou, notando que o assalto foi “um incidente muito grave, mas um incidente isolado”.
O ministro vincou que, “infelizmente”, se tratou de um assalto à residência de um diplomata, mas que “felizmente não houve consequências pessoais desse assalto”.
“Ficámos de trabalhar em conjunto, as autoridades portuguesas e as autoridades brasileiras competentes, para proceder a uma avaliação de segurança e tomar as medidas que essa avaliação determinar”, avançou à Lusa, sublinhando que ficou muito sensibilizado com o gesto do ministro Carlos França.
“Foi um gesto muito importante e pudemos acertar que faremos em conjunto uma avaliação para retirar as necessárias lições” do que se passou, sustentou o MNE.
Sobre se há alguma suspeita dos autores do assalto, o ministro afirmou que as polícias brasileiras competentes tomaram conta da ocorrência.
“Foram, aliás, muito rápidas nisso. Desde ontem [sábado] que estão a trabalhar com toda a colaboração do nosso consulado. Portanto, deixemos as autoridades judiciais e policiais competentes fazerem agora o seu trabalho”, declarou.
Em declarações anteriores à Lusa, Santos Silva garantiu que o cônsul-geral português, Luís Gaspar da Silva, e família “estão bem”.
O assalto decorreu “durante a madrugada” e “não houve nem exercício de violência, nem feridos, mas foram furtados vários bens pessoais do senhor embaixador, que é o nosso cônsul-geral no Rio de Janeiro”, acrescentou o ministro.
Anteriormente, fonte diplomática tinha confirmado à Lusa que a residência oficial do cônsul de Portugal no Rio de Janeiro, sede do Consulado, tinha sido invadida na madrugada de sábado e o diplomata e os seus familiares tinham sido feitos reféns.
Posteriormente, os reféns foram libertados e não há registo de feridos, segundo o jornal O Globo, que noticiou ainda que a Polícia Civil esteve no local para a realização de perícia e está agora a investigar o caso.
Aos agentes da polícia, testemunhas disseram que os assaltantes não sabiam que ali funcionava o consulado, acreditando tratar-se apenas de uma mansão.
HN (ALU/MYMM) // MSF