O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, confirmou esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas, que Vítor Fernandes não vai ser nomeado “chairman” do Banco de Fomento, depois de o seu nome ter sido mencionado na operação Cartão Vermelho. O Ministério Público considera que o ex-administrador do Novo Banco colaborou com Luís Filipe Vieira num esquema que permitiu ao presidente do Benfica libertar-se de uma dívida de 54,3 milhões de euros da empresa Imosteps. A aquisição da dívida por um fundo controlado pelo empresário José António dos Santos, conhcido como “Rei dos Frangos”, terá custado aos cofres públicos, através do Fundo de Resolução, perdas no valor de 45,69 milhões de euros.
Siza Vieira confirmou a decisão horas depois de, em declarações à Lusa, Vítor Fernandes ter afirmado reunir condições para assumir o cargo. O dirigente aguardava apenas luz verde da CRESAP – Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública para assumir o cargo.
O ministro da Economia anunciou que, em alternativa, vai ser designada “uma administração e um presidente interino dentro da equipa que neste momento está seleciona e foi validada pelo Banco de Portugal”.
Recorde-se que, hoje, foi noticiado que as casas e os locais de trabalho de Vítor Fernandes e António Ramalho, CEO do Novo Banco, foram alvo de buscas na passada quarta-feira, dia 7, no âmbito do processo Cartão Vermelho – liderado pelo juiz Carlos Alexandre, pelo procurador Rosário Teixeira e pelo inspetor tributário Paulo Silva –, que levou à detenção de Luís Filipe Vieira, José António dos Santos, Tiago Vieira e Bruno Macedo.