Há dois anos que a rede de comunicações de emergência e segurança do Estado aguarda que o Governo realize um investimento entre os oito e os dez milhões de euros, para que as ligações não estejam dependentes dos serviços de satélite vendidos pela Altice. A recomendação foi feita pelo grupo de trabalho ao qual foi pedido um plano de transição “suave” para o fim da parceria público-privada (PPP) do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), criada há 15 anos e que termina a 30 de junho. A instalação de uma solução baseada em feixes hertzianos levaria cerca de dois anos a ser executada e permitiria uma poupança financeira das ligações. Todavia, ficou na gaveta do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
Com o nível de risco de incêndio prestes a aumentar em Portugal, a 15 de maio, há 43 mil utilizadores daquela rede que desconhecem com que linhas se vão coser as comunicações a partir da data do fim da PPP, tendo em conta a ameaça que a Altice já fez – de não fornecer uma ligação satélite –, porque o Governo não preparou a transição do sistema para a posse pública. Ou seja, sinalizar como, quando e o quê transita do privado para o Estado. Aliás, a antiga PT acusa Cabrita de não dar feedback às suas questões e propostas.