“Vamos ter de evitar na Passagem de Ano a multiplicação dos riscos que o Natal inevitavelmente vai comportar”. O anuncio foi feito pelo primeiro-ministro no final de uma reunião do Conselho de Ministros, esta quinta-feira, na qual António Costa participou por videochamada, por se encontrar em isolamento profilático.
O Governo voltou atrás e decidiu impor limitações à Passagem de Ano, “um sacrifício fundamental”, segundo Costa, para “proteger o Natal”.
Na prática, será decretado recolher obrigatório a partir das 23:00 do dia 31 de dezembro e nos dia 1, 2 e 3 só será possível circular até às 13:00.
Fica também proibida a deslocação entre concelhos entre as 00:00 do último dia do ano e as 5:00 do dia 4 de janeiro de 2021, exceto por motivos de saúde ou urgência imperiosa.
Costa adiantou ainda que os horários do comércio não vão sofrer nenhuma alteração em relação ao que estava previsto.
O objetivo é evitar “um risco acrescido” e que “se multipliquem os casos” de Covid-19. “A evolução ao longo destas semanas confirma que estamos a reduzir o número de novos casos, de pessoas internadas em enfermaria e em unidades de cuidado intensivos. Contudo, o número de mortes continua a ser extremamente elevado”, explicou António Costa, no início da comunicação.
Isto para dizer que “não estamos hoje onde desejávamos estar para encarar o Natal com total tranquilidade”.
Mais à frente, o primeiro-ministro defendeu que as medidas sanitárias em vigor têm “permitido uma redução significativa de novos casos por semana” e que, em breve, estima-se que o número de óbitos siga a mesma trajetória.
Os conselhos de Costa para o Natal
Para o Natal, não foram anunciadas mais restrições, mas o primeiro-ministro não deixou de pedir aos portugueses que se inibam de celebrar esta época da mesma forma que em anos anteriores. Estes foram os conselhos de Costa para uma ceia mais segura:
- Reunir em casa o menor número de pessoas;
- Estar à mesa apenas o tempo estritamente necessário;
- Procurar evitar espaços fechados;
- Estar sempre que possível de máscara.
“Temos de celebrar o Natal, mas devemos celebrar o Natal com todo o cuidado”, disse o chefe do Governo. “Temos de ter consciência de que cada um de nós é um risco” e que é precisamente nos momentos de convívio familiar que se registam o maior número de contágios.