Em entrevista à TVI, Rio reiterou o voto contra do PSD na votação final do Orçamento do Estado e até admitiu que uma gestão em duodécimos poderia ser preferível a um documento “piorado” pelo PCP e BE “É um problema, mas deixe-me dizer que um Orçamento como está e como pode vir a sair [da especialidade], não sei se não é pior”, afirmou.
Questionado então se considera preferível um cenário de eleições antecipadas, o líder do PSD fez questão de separar os planos, mas disse duvidar da estabilidade da legislatura. “Da maneira como estou a ver, não me parece fácil que a legislatura vá até ao fim”, afirmou, apontando divisões ao nível do apoio parlamentar e até no Governo.
E à pergunta se tal significa que se considera mais próximo de vir a ser primeiro-ministro, respondeu afirmativamente:” Sim, isso acho que sim”. “Não quero chegar a primeiro-ministro de qualquer maneira. Se ao longo deste tempo for prometendo o impossível, quando chegar a primeiro-ministro já estou diminuído”, disse.
Sobre o acordo parlamentar com o Chega nos Açores, Rui Rio diz que defende a solução encontrada. “Tudo o que aconteceu foi com o meu conhecimento, por uma questão de cortesia por parte do PSD Açores. Alberto João Jardim também não informava Cavaco Silva sobre aquilo que fazia.”
Assegurou não existe, ainda, um acordo nacional com o partido de André Ventura, mas não enjeita essa hipótese. “Mas nunca um Governo meu estará nas mãos do Chega”, sublinha. “Se para votar a favor do programa pedir aquilo que está perfeitamente coerente e coincidente com o nosso programa, acha que um partido minimamente inteligente diz: ‘Até concordo com os pontos, mas por favor não votes do lado de cá?’ É elementar”, explica. “Se as eleições fossem hoje, era impossível o PSD fazer um Governo com a extrema-esquerda e com a extrema direita: PCP, BE e o Chega! António Costa é que disse que gostaria de se colocar totalmente na dependência da esquerda, o Governo está totalmente nas mãos do PCP.”
Com Lusa