É a crónica de uma derrota anunciada. Depois de uma luta fratricida entre Lisboa e o Porto, as hipóteses de a Agência Europeia do Medicamento – com os seus quase 900 funcionários e milhares de participantes em reuniões ao longo de todo o ano – migrar para Portugal haviam enfraquecido. Recorde-se que o governo e o parlamento tinham começado por escolher a capital como candidata, substituindo-a pelo Porto após os protestos de algumas figuras de proa da cidade nortenha. Esta decisão foi interpretada por analistas nacionais e internacionais como uma estratégia de política interna, num momento em que se aproximavam as eleições autárquicas. Nenhum partido queria perder votos a norte.
Dificilmente se saberá se foi esta a razão para a Invicta não fazer jus ao epíteto. Mas é certo que não facilitou uma batalha que seria sempre muito dura. Uma das grandes casas de apostas londrinas não incluíam o Porto nos cinco favoritos, entre os 19 candidatos iniciais (que se reduziram para 16 no dia da votação, após a desistência de três cidades).
As cidades que passaram à fase seguinte, de onde sairá a vencedora, são Milão, Amesterdão e Copenhaga. Bratislava, uma das candidatas tidas por mais fortes (uma vez que não há nenhuma agência europeia a leste), também não sobreviveu à primeira votação.