Catarina Martins não tem dúvidas: o contrato com o SIRESP “deve terminar”. Para a líder do Bloco de Esquerda, o Estado deve colocar “todos os seus esforços num sistema que funcione” em vez de insistir na atual solução. Mas vai mais longe nas críticas, considerando que manter o acordo existente “é um insulto ao país” a cada dia que passa.
O sistema é uma Parceria Publico-Privada (PPP), como fez questão de lembra a líder bloquista. E é sabido que o BE tem sido, desde sempre, muito crítico em relação a este tipo de contratos. No entanto, o problema apontado pelo partido neste caso não se prende apenas com esta condição. Catarina Martins lembra que o atual sistema tem falhado sucessivamente. Impõe-se, no entender dos bloquistas, que se crie um sistema alternativo que funcione de forma adqueada “em momentos de catástrofe, em momentos de tragédia e em momentos difíceis” e se deixe cair o acordo atual.
As declarações da líder do Bloco de Esquerda foram feitas numa conferência de imprensa ao início da tarde desta sexta-feira. Apenas um dia depois de a ministra da Administração Interna ter estado no Parlamento a responder aos deputados precisamente sobre as falhas do SIRESP no incêndio deste ano. Já na audição de Constança Urbano de Sousa o Bloco de Esquerda, através de Sandra Cunha, tinha insistido nestas críticas. A ministra disse apenas que os problemas não “são de hoje” e relembrou casos do passado.
E foi precisamente aí, ao passado, que Catarina Martins remontou para recordar que o BE já tinha proposto “que se acabasse com esta PPP absurda” e acrescentou que está na altura de parar “de pagar a privados para não fazerem o trabalho que devem fazer.” A líder do Bloco de Esquerda aproveitou este facto para criticar os socialistas: “o PS chumbou esta proposta e foi acompanhado pela direita”. E concluiu que essa era uma situação “grave”.
As sucessivas falhas do SIRESP nos incêndios deste ano têm feitou as críticas ao Governo subir de tom. Todos os partidos exigem mais ao Executivo de António Costa. Mas, até agora, o único partido a pedir a demissão da ministra da Administração Interna é o CDS-PP.