Dois anos preso por fraude fiscal e branqueamento de capitais. Antes disso: Vinte e quatro anos à frente da Câmara Municipal de Oeiras. Isaltino Morais não vai seguir a máxima “nunca voltes ao lugar onde já foste feliz” e está de regresso. Hoje terminou o tabu: será novamente candidato a Oeiras, como independente, nas eleições autárquicas previstas para 1 de outubro.
“Tenho uma responsabilidade que era esta. A atual solução governativa da Câmara decorreu de um movimento que eu próprio criei e mau seria, se, intempestivamente, eu há um ou dois anos dissesse que em 2017 era candidato”. Não o fez nesses anos que passou na prisão. Mas agora, novamente em liberdade, não poupa críticas a Paulo Vistas, aquele que foi o seu número dois durante oito anos e que venceu as eleições em 2013. “Desiludiu-me a governação. Oeiras deixou de ser falada nos últimos quatro anos. A voz de Oeiras não existe”, afirma Isaltino numa entrevista à TSF que será transmitida esta tarde na rádio.
Porque as pessoas sabem que é “uma pessoa honesta”, Isaltino está convencido que os tempos de cárcere não o irão prejudicar. Da sua equipa farão parte outros nomes independentes, sendo certo que não terá o apoio do PSD nesta corrida, apesar de várias notícias terem dado conta de que terá sido sondado pelo partido de que anteriormente fez parte.
Sem Isaltino Morais e, provavelmente, sem Paulo Vistas, Passos Coelho tem mais um problema para resolver em Oeiras.
Com este anúncio do antigo autarca de Oeiras, aumenta a lista de ex-dinossauros autárquicos que voltam a disputar um lugar na história dos seus concelhos. A VISÃO, em agosto, tinha já feito um retrato do que se podia esperar destas eleições de 2017 no campeonato dos regressos.