Cerca de 2500 alunos universitários, portugueses e estrangeiros, e 139 professores começam a “invadir” a localidade de Carcavelos a partir de 2018, ano em que se prevê que estajam concluídas as obras do novo campus da Nova SBE, da Universidade Nova, que, assim, se transfere de Lisboa para o concelho de Cascais. Com uma dezena de programas de formação avançada (licenciaturas, mestrados, doutoramentos, nas áreas de Economia, Gestão e Finanças), a Nova SBE está apostada em cativar estudantes em vários países do mundo.
No dia 27, o presidente da Câmara, Carlos Carreiras, lança a primeira pedra do campus, uma obra que prevê um investimento de 50 milhões de euros, 35 dos quais já angariados junto de 175 investidores privados, entre empresas e particulares, alguns, ex-alunos da instituição. Ao mesmo tempo que é lançada esta primeira pedra, arranca a 2.ª fase do fund rising.
No futuro, Carlos Carreiras quer ver em Cascais 20 mil universitários…
VISÃO: O apoio da CMC à instalação deste núcleo universitário reflete uma nova estratégia do município, voltada o «cluster» do ensino superior?
CC: Estamos a abrir um novo ciclo de desenvolvimento, o do conhecimento, com a atração para Cascais de universidades de excelência. A Nova SBE é o primeiro e mais significativo exemplo dessa estratégia que trará para Cascais milhares de alunos nacionais e estrangeiros; fixará conhecimento e competências; fará de Cascais um laboratório de novas políticas públicas assentes na inovação e no empreendedorismo; contribuirá muito para a requalificação urbana e para a criação de emprego no concelho.
V: Que novas «populações» pretende atrair a Cascais, que novas centralidades pretende criar no concelho e, no caso concreto, porquê Carcavelos?
CC: O nosso objetivo é fixar 20 mil novos alunos universitários. Isso é essencial para alavancar a nossa estratégia que é assente na qualificação (capital humano) e não na massificação. Cascais já tem hoje polos universitários no Estoril (Escola Superior de Hotelaria) e em Alcabideche (Escola de Superior de Saúde de Alcoitão). O novo eixo que estamos a trabalhar ligará estes dois polos a Carcavelos (NOVA SBE) e, mais à frente, a Cascais.
Carcavelos foi uma escolha óbvia para a Nova. É um lugar icónico, com excelentes acessibilidades e que permite uma experiência universitária única. E isso é novo em Portugal e na Europa.
V: Existe alguma ideia dos impactos económicos ou outros que este projeto poderá potenciar?
CC: Há o impacto imediato e o impacto de longo prazo. O imediato mede-se no instalação do campus e em tudo o que ele vai gerar do lado dos serviços, do mercado imobiliário, dos transportes, com consequente criação de emprego. No longo prazo, somos para já incapazes de calcular o impacto que a fixação de conhecimento terá na economia local – tanto ao nível da abertura das novas cadeias de valor através de novas ideias e novos negócios, como ao nível da projeção externa do concelho até para finalidades turísticas.
Cascais está a posicionar-se no mercado internacional do ensino superior. A nossa competição não é com outras cidades portuguesas, é com as nossas congéneres europeias.