O PS indignou-se (mais uma vez) com José Rodrigues dos Santos, quando o jornalista da RTP falou numa “dívida pública brutal” durante o Telejornal, referindo–se aos anos de governação de José Sócrates. Por causa deste episódio, o PSD indignou-se com a indignação do PS e enviou algumas perguntas (figura regimental da Assembleia da República) para o Governo de Costa falando em “pressões políticas que tolhem a liberdade de imprensa”. O problema, diz o PSD, está no “achincalhamento público” que foi feito ao jornalista por parte de figuras do PS como José Magalhães – que o acusou de “taliban” – ou do porta-voz João Galamba – que o apelidou de “especialista em desinformação”.
Uma forma, segundo o PSD, de “sinalizar a todos os jornalistas que ousem, no desempenho da sua profissão, noticiar algo que não seja condizente com a vontade do PS”. Por isso, o partido exigiu saber que iniciativas tinha o ministro da Cultura, que tutela a Comunicação Social, em mente para “evitar condicionamentos à liberdade de imprensa”.
Numa resposta ao Parlamento, Castro Mendes garante que não lhe compete “pronunciar-se” sobre se a peça de José Rodrigues dos Santos extravasou ou não a sua função informativa ou se o jornalista “ultrapassou os limites da sua liberdade de expressão e criação”. São matérias, diz o Governo, da responsabilidade do jornalista e da sua direção editorial, ou seja, da RTP.
Quanto à “tentativa de desacreditação” de Rodrigues dos Santos, que o PSD acusa o PS de promover, o ministro diz, na resposta a que a VISÃO teve acesso, que o “exercício da liberdade de expressão por parte dos cidadãos, quer sejam deputados ou não, é pilar fundacional do Estado de direito democrático”. Assim sendo, não vê “necessidade de tomar iniciativas legislativas” nesta matéria.