Não eram só palavras de ordem gritadas em uníssono. Não foram só mensagens argumentativas escritas em cartazes. Os colégios privados vieram ao 21º Congresso do PS protestar contra a decisão do Governo de acabar com muitos dos contratos de associação que tinha com este ensino. E trouxeram mensagens a roçar o insulto.
“Costa, a rameira da esquerda” era talvez o mais insultuoso. Começou por estar na linha da frente, mas passado algum tempo foi recolhido. Mas houve outros, agitados por dezenas de pessoas ligadas à associação de professores do ensino particular e cooperativo. “Costa, não te esqueças que perdeste eleições”, “O Bloco é quem mais ordena no PS” ou “Bem-vindo ao congresso da extrema-esquerda”.
Muitos traziam mensagens contra a medida do Governo: “As escolas com C.A são um bem público” era uma dessas.
À entrada da FIL fizeram-se ouvir ruidosamente, sobretudo quando Alexandra Leitão, a secretária de Estado da Educação que tem dado a cara pela medida, entrou no pavilhão do encontro.
Mas também Arménio Carlos, líder da CGTP, não foi poupado aos gritos. Questionado sobre a manifestação, foi claro ao dizer que o Estado não tem de financiar os colégios privados.
Augusto Santos Silva, que já anos antes mostrou que não gosta de manifestações destas à porta das iniciativas partidárias, voltou a reafirmar esse princípio: “devemos respeitar as iniciativas dos partidos políticos”, disse aos jornalistas o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Depois das 12h30 os manifestantes desmobilizaram, não esperando pelo discurso do primeiro-ministro António Costa, que esteve sempre sentado na mesa do Congresso.