Institucional, cultural e económica, a visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique começa na terça-feira, 3, e dura até sexta-feira, 6. O Presidente da República, que viajará com uma pequena comitiva de dezena e meia de pessoas (os restantes membros da entourage presidencial já se encontrarão em Moçambique), chega ao país africano na madrugada de terça-feira.
Nesse primeiro dia no território que o seu pai governou entre 1968 e 1970, a agenda de Marcelo Rebelo de Sousa é marcada pelos contactos com os militares portugueses que se encontram em Moçambique no âmbito da cooperação Técnica-Militar. Uma visita à Promovalor/MotaEngil, que está a construir um dos principais edifícios de Maputo, também faz parte do périplo deste primeiro dia de viagem, que termina com um jantar com os funcionários da embaixada de Portugal.
A manhã do segundo dia da visita é marcado por contactos institucionais, estando agendada uma visita ao projeto da Sumol/Compal, que investiu numa fábrica no país, a partir da qual pretende conquistar o mais abrangente mercado da África Austral. No terceiro e quarto dia de viagem, a agenda de Marcelo Rebelo de Sousa é marcada sobretudo por contactos com o setor da Cultura e da Educação.
A visita do presidente português ocorre numa altura em que a situação política e económica em Moçambique é difícil. A semana passada soube-se que foi descoberta uma vala comum com 100 corpo, na Gorongosa, a zona do interior do país. Foi também nessa altura que se descobriu a dívida escondida do país, mantida à margem das contas oficiais e do FMI. A inflação grassa a
O conflito militar latente mas não assumido também deixou os limites da Gorongosa, onde se julga que está escondido o líder histórico da Renamo, Afonso Dhlakama. A guerra surda espalhou-se a outras zonas do país. A circulação de pessoas e mercadorias pela principal estrada do país, que o atravessa de norte a sul, já só é feita com escolta militar. Nas províncias de Sofala, Manique e Zambézia há localidades e localidades ocupados pelos militares da Renamo
Marcelo chegará a Moçambique depois de uma curta visita a Roma, onde, segundo a Lusa, manterá contactos com a Comunidade de Santo Egídio. Foi esta organização católica que mediou o processo que trouxe a paz a Moçambique, em 1992, 17 anos depois da independência do país.