Primeiro, correu a informação de que teria havido buscas às sedes distrital e nacional do PSD. Mas Virgílio Macedo, líder social-democrata no Porto, e José Matos Rosa, secretário-geral do partido, desmentiram. A direção “laranja” nega também que tenha chegado à sede nacional uma solicitação da PJ reclamando acesso à documentação sobre as contas da campanha eleitoral de Luís Filipe Menezes no Porto, em 2013, ou das autárquicas em geral, mas as fontes da VISÃO garantem que a Judiciária terá já encaminhado um pedido nesse sentido, tendo como destinatário o PSD. Um dos objetivos, pelo menos, é perceber de onde veio e como terá sido gasto o dinheiro da campanha do antigo autarca de Gaia na Invicta, considerada “faustosa” pelos adversários.
Os números oficiais apresentados junto da Entidade das Contas e dos Financiamentos Políticos do Tribunal Constitucional apontam para um desvio de quase 100 mil euros em relação ao valor orçamentado (350 mil), mas fontes partidárias garantem que os valores não correspondem à realidade. “Estão muito abaixo do que foi gasto”, assegura quem esteve diretamente ligado à campanha e às verbas nela envolvidas. Nesta fase, o PSD depara-se com outro problema: ao que soubemos, os contactos dos fornecedores que são credores da candidatura “Porto Forte” são diários e em massa, chegando a “entupir” os telefones da distrital, da sede nacional e os telemóveis de dirigentes.
A poucos dias do Natal, recorde-se, a PJ efetuou buscas na Câmara de Baião, recolhendo documentação sobre uma quinta junto ao Douro, que Menezes comprou e terá posteriormente permutado com os pais. A colaboração da autarquia e outros dados obtidos terão permitido seguir o rasto do dinheiro, suspeitando-se de branqueamento de capitais.
Refira-se que, em caso de eventual processo criminal, Menezes está blindado pela imunidade do estatuto de conselheiro de Estado. Ou seja, só responderá criminalmente se os seus pares decidirem suspendê-lo.