“O senhor primeiro-ministro não teve por parte da administração nenhum ato de favorecimento relativamente às suas dívidas sejam de contribuições para a Segurança Social, sejam de dívidas fiscais”, afirmou o líder da bancada do PSD, Luís Montenegro, no plenário da Assembleia da República.
Antes, numa interpelação à bancada do PSD sequência da declaração política de Luís Montenegro, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, falou da “falta de credibilidade do Governo” e acusou o executivo de ter “dois pesos e duas medidas relativamente às exigências que faz aos portugueses e às obrigações que impõe que cumpram” e, por outro lado, às “facilidades e aos favorecimento que garantem”, apontando como o exemplo a discussão em que está envolvido o primeiro-ministro sobre dívidas à Segurança Social.
Na resposta à bancada comunista, e depois de garantir que Pedro Passos Coelho não beneficiou de qualquer favorecimento, o líder da bancada do PSD assegurou que o partido é o primeiro a estar interessado em que o primeiro-ministro responda às questões que a oposição tem colocado.
A este propósito, Luís Montenegro saudou o PCP e o BE por terem colocado as questões que entenderam diretamente ao primeiro-ministro, ao contrário do PS que tentou “instrumentalizar o parlamento e a comissão de trabalho”, numa referência ao requerimento socialista apresentado a essa comissão com nove perguntas dirigidas a Pedro Passos Coelho.
“Aproveito para desafiar o PS para pegar nas nove questões com que queria instrumentalizar a comissão e as possa dirigir ao primeiro-ministro, que ele não vai deixar de lhes dar resposta”, disse Luís Montenegro.
Na sua declaração política, o líder parlamentar do PSD voltou a repetir os elogios que tinha deixado no início da semana ao primeiro-ministro, voltando a dizer que o partido tem “um líder sério, capaz e corajoso”, que é também “o português mais bem preparado para exercer as funções de primeiro-ministro nos próximos cinco anos em Portugal”.
Os elogios merecerem aplausos da bancada do PSD, que no final da intervenção chegou mesmo a levantar-se. A bancada do CDS-PP também aplaudiu a intervenção de Luís Montenegro, embora os democratas-cristãos tenham permanecido sentados.
A primeira declaração política da tarde acabou por ficar também marcada por uma indisposição da deputada do PS Ana Catarina Mendes, que quando estava a interpelar Luís Montenegro foi obrigada a interromper o seu discurso e a sair do hemiciclo.
Depois da saída de Ana Catarina Mendes do plenário, a bancada socialista optou por não voltar a interpelar o líder parlamentar do PSD.