“Não percebemos como é que não é inconstitucional uma norma que reduz o vencimento aos trabalhadores”, afirmou à Lusa Ana Avoila, considerando que, “quando se aumenta o horário de trabalho, o valor/hora reduz e os salários ficam muito mais baixos”.
Lembrando que a determinação das 35 horas de trabalho por semana na Função Pública implicou “uma luta dos trabalhadores no sentido do desenvolvimento das relações de trabalho”, a sindicalista assegurou que a intenção é repor esse horário.
“A aplicação das 40 horas na Função Pública veio trazer imensos prejuízos para todos os trabalhadores, que tinham a sua vida constituída num sentido e muitos tiveram de pagar mais uma hora para poder ter os filhos nos infantários e nos ATL”, disse Ana Avoila, considerando que a decisão do Governo “veio desregular a vida das pessoas que vêem reduzir os seus salários e aumentar os seus níveis de esforço”.
Para repor a situação, cuja constitucionalidade foi aprovada na segunda-feira pelo Tribunal Constitucional, Ana Avoila defendeu ser preciso apelar para a realização de greves.
“É com greves com certeza que se vai fazer a luta dos horários de trabalho, isso não tenho dúvidas. Os trabalhadores não se vão conformar com decisões desta natureza”, afirmou, sublinhando que “são as pessoas que têm efectivamente condições de mudar”.