Imagens SIC
O ex-procurador-geral da República, Pinto Monteiro, enviou a 8 de outubro a validação das escutas de uma conversa com o primeiro-ministro no âmbito do processo ‘Monte Branco.’
A informação é avançada na edição de sábado do jornal Expresso. De acordo com semanário, o procurador que dirige o caso, Rosário Teixeira, não explicou as razões pelas quais foi pedida a validação das escutas, mas sabe-se que o pedido não foi acompanhado por qualquer participação-crime ao contrário do que aconteceu nas escutas ao ex-primeiro-ministro, José Sócrates.
De acordo com uma fonte judicial, citada pelo semanário Expresso, Pedro Passos Coelho foi escutado “fortuitamente”, mas o procurador que dirige a operação no Departamento de Investigação e Acção Penal considerou a conversa suspeita.
O CD com a gravação foi entregue na Procuradoria-Geral da República pela directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Cândida Almeida. Pinto Monteiro endereçou um pedido de validação ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha de Nascimento.
Pedro Passos Coelho reagiu no final do conselho nacional do PSD afirmando que não vê qualquer problema que as escutas feitas pela policia judiciária sejam tornadas públicas. O primeiro-ministro lamentou a quebra do segredo de justiça.
O Ministério Público suspeita que um banqueiro envolvido no caso telefonou ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, para o pressionar por causa de um processo de privatização, revelou o Diário de Notícias. Segundo o DN, que cita fontes judiciais, Passos Coelho não terá “dado troco”, afirmando que não tencionava interferir no processo em causa. O diário não revela o nome do banqueiro, mas segundo o Correio da Manhã, trata-se de José Maria Ricciardi, presidente do BESI (Banco Espírito Santo de Investimento), e em causa estava a privatização da EDP.
José Maria Ricciardi admitiu ter falado com vários membros do Governo no âmbito das privatizações, insistindo sobretudo que escolha da empresa Perella não seria uma boa opção.
O processo ‘Monte Branco’ envolve banqueiros portugueses e suíços, por suspeita de fraude fiscal e branqueamento de capitais.A rede da maior fraude fiscal e de branqueamento de capitais detetada em Portugal tinha Duarte Lima como cliente e serviu para lavar fortunas de governantes, autarcas, banqueiros, empresários e atletas. Os tentáculos da rede encabeçado pelo suíço Michel Canals chegou a Angola e a VISÃO acompanhou este caso com detalhe ao longo dos últimos meses.
Mais informação sobre o caso Monte Branco:
A face oculta do ‘Monte Branco’