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LEIA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA NA VISAO DESTA SEMANA
A luta entre a direção de Seguro e os ex-dirigentes da era Sócrates não é o seu “filme”. Nem se alonga sobre os estatutos ou outras polémicas recentes que marcam as tensões no PS. Pedro Nuno Santos quer falar de alternativas. Diz que não tem idade para viver os dramas do PREC à esquerda. E que ou os socialistas reagem agora ou irão “de derrota em derrota até à derrota final”.
Por uma coincidência de datas, Pedro Nuno Santos fará 35 anos na sexta-feira, 13, no mesmo dia em que o seu partido, o PS, se prepara para votar a favor do novo Tratado Orçamental. Foi precisamente por se opor à “capitulação” do seu partido nesse voto que o ex-líder da JS se demitiu da vice-presidência da bancada parlamentar socialista.
Nesta entrevista, Pedro Nuno Santos revela que essa foi, apenas, a gota de água, numa série de divergências com a direção de António José Seguro. Tudo começou no próprio Orçamento do Estado, aprovado com a “abstenção violenta” do PS, contra a opinião deste deputado, à altura coordenador de assuntos económicos do partido. O afastamento prosseguiu, mais tarde, com a nova abstenção socialista nas alterações às leis laborais. Pedro queria votar contra, mais uma vez.
E de derrota em derrota, “por uma questão de lealdade”, Pedro Nuno Santos considerou ser chegada a hora de tornar públicas as divergências, profundas, com a estratégia socialista. Em Portugal e na Europa. “Acho que a social-democracia europeia está entre a espada e a parede, é nessa posição que a Europa nos está a colocar, e nós estamos a escolher a parede. Mas a espada não nos vai poupar.”