Donald Trump já tinha avisado que, com este segundo mandado, tencionava deixar o mundo com a cabeça a andar à roda (uma tradução livre de “make heads spin”).
Uma das promessas do sucessor de Joe Biden é a de lançar “o maior programa de deportação na história da América”, que deve arrancar já hoje. Apesar de a imprensa norte-americana ter começado por falar numa centralização destes raides anti-imigração em Chicago, Tom Homan, o “czar das fronteiras” de Donald Trump, garantiu à Fox News que “vai haver uma grande rusga em todo o país”. “Vão ver detenções em Nova Iorque, em Miami”, disse à Reuters fonte conhecedora do plano. Ainda sobre a imigração, nestas primeiras horas de mandato, o Presidente anunciou que vai declarar a situação na fronteira sul dos EUA, com o México, uma “emergência nacional” e é provável que volte à carga com o muro, dando ordens para que a construção seja retomada, e que mande fechar os asilos para imigrantes que entrem ilegalmente.
Trump assinou já também ordens executivas para acabar com o certificado de cidadania por nascimento, a declaração de uma emergência energética nacional, o reconhecimento de apenas dois géneros (masculino e feminino, o que pode/vai limitar o o acesso a cuidados médicos de pessoas transgénero, entre outras consequências) e a restauração da a pena de morte em todo o país em casos de ameaça à segurança pública.
No novo seu discurso na cerimónia de tomada de posse como 47.º Presidente dos Estados Unidos, Trump insistiu na promessa de assumir o controlo do Canal do Panamá, rebatizar o Golfo do México e reforçar a tributação dos países estrangeiros.
Donald Trump sublinhou que o objetivo do acordo e o espírito do tratado em relação ao Canal do Panamá “foram totalmente violados”, prometendo assumir controlo desta infraestrutura marítima vital para o comércio global.
“E o mais importante, a China opera o Canal do Panamá, e nós não o demos à China, demos ao Panamá. E vamos tomá-lo de volta”, justificou no seu discurso realizado no Capitólio (sede do Congresso norte-americano), em Washington.
Noutra intenção já anteriormente expressada, Trump confirmou também hoje que, em breve, vai mudar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”.
No seu regresso à Casa Branca (presidência norte-americana), depois de um primeiro mandato entre 2017 e 2021, o político republicano afirmou ainda que pretende reforçar a tributação dos países estrangeiros em favor dos cidadãos norte-americanos.
“Começarei imediatamente a reformar o nosso sistema comercial para proteger as famílias e os trabalhadores americanos. Em vez de taxar os nossos cidadãos para enriquecer outros países, vamos impor tarifas e impostos aos países estrangeiros para enriquecer os nossos cidadãos”, declarou.
O juramento do novo líder norte-americano foi realizado logo após a posse do seu futuro vice-presidente, JD Vance, com o qual liderou a nomeação do Partido Republicano, que, em 05 de novembro de 2024, venceu as eleições presidenciais contra a candidatura democrata encabeçada por Kamala Harris.
Trump anunciou ainda que voltará a retirar os EUA do Acordo de Paris sobre o clima, crucial para os esforços mundiais no sentido de travar o aquecimento global e prometeu aumentar a produção de petróleo dos Estados Unidos, ao mesmo que fez saber que vai eliminar os subsídios criados pelo seu antecessor, o democrata Joe Biden, para a compra de veículos elétricos. Além da retirada do Acordo de Paris, os Estados Unidos saem ainda da Organização Mundial de Saúde