Um ataque suicida causou a morte de Abu Maria al-Qahtani, cofundador do grupo fundamentalista islâmico Frente Al-Nusra, no último reduto rebelde da Síria, anunciou hoje a organização de al-Qahtani.
O grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), do qual fazia parte al-Qahtani, e que controla a região rebelde de Idlib, no noroeste da Síria, atribuiu o assassínio ao grupo fundamentalista rival Estado Islâmico (EI).
Al-Qahtani “foi martirizado num ataque covarde realizado por um membro do EI equipado com um cinturão de explosivos” na cidade de Sarmada, a norte de Idlib, disse o portal de notícias HTS Amjad.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma organização não governamental com sede no Reino Unido, e que conta com uma vasta rede de informadores no país, confirmou o ataque, sem atribuir a autoria.
O ataque não foi até ao momento reivindicado.
Duas pessoas que acompanhavam Al-Qahtani ficaram gravemente feridas na explosão, de acordo com o OSDH.
Al-Qahtani tinha sido libertado em 07 de março, após passar sete meses na prisão por “comunicação com partes hostis”, antes de receber um indulto do HTS.
Nascido em 1976 no Iraque, al-Qahtani, cujo nome verdadeiro era Maysar Ali Musa Abdallah al-Juburi, está na lista de pessoas sancionadas pelos Estados Unidos desde 2012 pelas ligações ao grupo Al-Qaeda.
A Frente Al-Nusra, mais tarde transformado no HTS, era originalmente o braço armado do grupo Al-Qaeda na Síria.
Al-Qahtani também estava desde 2014 na lista de sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que referiu que o dirigente tinha “deixado Mossul [no Iraque] para se juntar à Síria em 2011” a fim de “trazer a ideologia da Al-Qaeda” para o país.
Em 2012, al-Qahtani tornou-se “o principal comandante religioso e militar da Frente Al-Nusra no leste da Síria e também chefiou um campo de treino da rede”, referiu o Conselho de Segurança.
Considerado um membro da ala “moderada” da Frente Al-Nusra, Al-Qahtani apelou mais tarde a que o grupo se separasse publicamente da Al-Qaeda.
Na província de Idlib, que permanece fora do controlo do Governo da Síria, operam vários grupos armados que contam com o apoio da vizinha Turquia, que também destacou soldados para a região.
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