Lily Gladstone tornou-se esta madrugada na primeira indígena a ser premiada com o Globo de Ouro de Melhor Atriz, pelo seu papel de Mollie Burkhart em “Assassinos da Lua das Flores”, um épico de Martin Scorsese.
“Não tenho palavras”, disse Gladstone em inglês, depois de abrir o seu discurso falando a língua indígena Blackfeet, da tribo com o mesmo nome a que a atriz pertence e em que cresceu, no estado norte-americano do Montana.
“Isto é histórico”, considerou, olhando para a estatueta. “Não pertence apenas a mim. Tenho-a na mão, tenho-a como todas as minhas lindas irmãs e mãe no filme”, continuou.
“Isto é para todos os miúdos das reservas, os miúdos urbanos, os miúdos nativos que têm um sonho, que estão a ver-se representados e a ver as nossas histórias contadas por nós nas nossas palavras, com aliados tremendos e tremenda confiança”, sublinhou.
Gladstone mostrou-se emocionada por poder falar um pouco da sua língua e por Martin Scorsese ter feito um filme em que a língua da nação Osage é respeitada. “Porque nesta indústria os atores nativos costumavam dizer as suas falas em inglês e depois os editores de som revertiam-nas de trás para a frente para fazer uma língua nativa”, afirmou.
A atriz agradeceu a Martin Scorsese, ao coprotagonista Leonardo DiCaprio e a Robert De Niro por serem aliados e agentes de mudança.
Aos 37 anos, Gladstone é um dos grandes trunfos de “Assassinos da Lua das Flores” para a temporada de prémios. O filme é uma adaptação do livro com o mesmo nome de David Grann que conta como a tribo indígena Osage, que ficou milionária depois de encontrar petróleo na sua reserva em Oklahoma, sofreu múltiplos assassinatos.
O filme é um original Apple TV+ e chegou à 81ª edição dos Globos de Ouro com sete nomeações, tendo conquistado apenas a estatueta para Lily Gladstone.
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