Os investimentos constam no Plano Estratégico da empresa para os próximos cinco anos, aprovado na quinta-feira pelo Conselho de Administração da Petrobras, que é controlada pelo Governo brasileiro, mas tem ações negociadas em bolsa, segundo o comunicado enviado ao mercado.
Este é o primeiro plano de negócios anunciado pela Petrobras desde o retorno à Presidência brasileira, em janeiro passado, de Luiz Inácio Lula da Silva, defensor da utilização da estatal como promotora do desenvolvimento e do aumento dos seus investimentos.
O novo plano de negócios procura “preparar a Petrobras para o futuro e fortalecer a empresa num momento em que inicia um processo de integração de fontes de energia essenciais para uma transição energética justa e responsável”, explicou a Petrobras.
A empresa esclareceu que, embora o petróleo, o gás natural e a refinação continuem a ser as suas prioridades, os investimentos rentáveis de baixo carbono ganham importância no novo plano estratégico, que inclui um volume significativo de recursos para fontes renováveis, como a energia eólica de alta velocidade no mar.
Os projetos de baixo carbono receberão 11,5 mil milhões de dólares (10,5 mil milhões de euros), dos quais 5,5 mil milhões de dólares (5 mil milhões de euros) serão investidos em planos de geração de hidrogénio eólico, solar e verde.
O aumento do investimento, explicou a empresa, “está sobretudo associado a novos projetos, incluindo potenciais aquisições, bem como a ativos que estavam na lista de desinvestimentos e que regressarão ao portefólio da empresa”.
A Petrobras destacou que 72% do investimento previsto para o quinquénio será destinado a projetos de exploração e produção de hidrocarbonetos, 16% à refinação, transporte e comercialização, 9% ao gás, energia e baixo carbono e 3% à parte corporativa.
Dos 73 mil milhões de dólares (66,8 mil milhões de euros) destinados à exploração e produção, 67% irão beneficiar projetos no pré-sal, horizonte de exploração descoberto pela Petrobras em águas muito profundas do Atlântico e de onde já extrai 78% de toda a sua produção.
O pré-sal tem “grande diferencial competitivo económico e ambiental por produzir petróleo bruto de melhor qualidade e com menores emissões de gases poluentes”, segundo a estatal.
Dos 7,5 mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros) destinados a projetos de exploração, 3,1 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) serão destinados a estudos e prospeções na chamada Margem Equatorial, região oceânica que inclui a parte localizada em frente à foz do rio Amazonas e cuja eventual exploração, devido à sua vulnerabilidade ambiental, tem gerado intenso debate no Brasil.
O investimento em projetos de exploração noutros países totaliza 1,3 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros).
Segundo a Petrobras, os investimentos permitirão aumentar a produção de petróleo e gás natural de uma média de 2,36 milhões de barris por dia em 2022 para uma média de 3,2 milhões de barris por dia em 2028.
CYR // EA