“A economia sul-africana está numa trajetória de baixo crescimento e de baixo emprego com pobreza persistente”, salientou a instituição internacional, sublinhando que “as perspetivas de crescimento são demasiado baixas para reduzir o desemprego e a pobreza”.
“Esta tendência continuou há mais de uma década, principalmente impulsionada pela falta de reformas estruturais. O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) foi em média de 1,7% ao ano em 2010–19, e o PIB per capita foi contraindo em média 0,6% ao ano desde 2015”, referiu.
Na ótica do Banco Mundial, a economia sul-africana “deverá crescer 0,7% em 2023, e 1,5% em média em 2024–26 à medida que é colmatada a crise de eletricidade”, sublinhando que “o ritmo lento” de outras reformas estruturais continuará a “restringir” o potencial de crescimento da economia do país.
“Como a África do Sul é incapaz de proporcionar emprego à sua população em idade ativa, em rápido crescimento, o desemprego deverá permanecer acima dos 32% ao longo do período em análise. A taxa de pobreza ao nível de rendimento médio deverá diminuir apenas ligeiramente, para 62,5% até 2026, ainda acima do seu nível pré-covid de 62% em 2019”, sublinhou.
No relatório “Safety First: The Economic Cost of Crime in South Africa”, divulgado nesta quarta-feira, o Banco Mundial classificou ainda o país africano como um dos países mais violentos do mundo, apontando que o impacto do elevado crime organizado no país corresponde a pelo menos 10% do PIB anualmente, representando 700 mil milhões de rands (34,1 mil milhões de euros).
“Isto é especialmente importante uma vez que a África do Sul já enfrenta múltiplas restrições sobre crescimento, desenvolvimento e sustentabilidade fiscal”, salientou.
Na apresentação das estatísticas do crime relativas ao segundo trimestre deste ano, o ministro da Polícia da África do Sul, Bheki Cele, anunciou na semana passada que cerca de 7.000 homicídios foram reportados entre julho e setembro de 2023, representando uma média de 77 assassinatos por dia.
Em setembro, a oposição na África do Sul acusou o Governo do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994, de transformar o país num “paraíso” para o crime organizado.
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