Desde que chegou ao poder, em maio, Ahmed Bola Tinubu tem procurado atrair investidores estrangeiros para a maior economia de África, com reformas como a abolição dos subsídios aos combustíveis e a desvalorização da moeda nacional.
Tinubu esteve em Berlim para a conferência do G20 “Compact with Africa”.
O memorando de entendimento para o negócio do gás foi assinado entre o projeto Riverside LNG, que opera no Delta do Níger, e a Johannes Schuetze Energy Import.
“O projeto fornecerá energia à Alemanha a partir da Nigéria a um ritmo de 850.000 toneladas por ano, aumentando para 1,2 milhões de toneladas por ano”, afirmou David Ige, diretor executivo da GasInvest, que participa no projeto Riverside LNG.
Prevê-se que as primeiras entregas de gás partam da Nigéria em 2026.
O comunicado de imprensa da presidência nigeriana refere que foi assinado um outro memorando de entendimento que prevê um compromisso de 500 milhões de dólares (cerca de 458 milhões de euros) para projetos de energia verde na Nigéria, destinados, em especial, a integrar mais pessoas na economia formal.
A Alemanha está também a discutir um acordo com a Siemens para ajudar a fornecer eletricidade à Nigéria, onde a rede é instável e os cortes de energia frequentes.
Quando o líder nigeriano chegou ao poder, abandonou o subsídio aos combustíveis que, durante muito tempo, manteve os preços da gasolina artificialmente baixos, mas que estava a custar muito caro ao erário público.
Apesar de ser um grande produtor de petróleo e gás, a Nigéria importa a maior parte do seu combustível devido à falta de capacidade de refinação.
Tinubu também desvalorizou a moeda nacional (naira), a fim de atrair investidores estrangeiros desencorajados pela complexidade do sistema de taxas de câmbio.
O efeito destas medidas foi o enfraquecimento do valor da naira, o triplo do preço da gasolina e uma inflação média de 27% nos últimos 12 meses, tornando a vida da população muito difícil.
A Alemanha, que durante anos dependeu do gás russo barato para o seu aprovisionamento energético, viu-se obrigada a prescindir deste recurso na sequência da guerra na Ucrânia, no ano passado, e Berlim tenta, desde então, diversificar as suas fontes de aprovisionamento.
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