Quatro meses depois de terem ido às urnas, os espanhóis vão ter governo, mas as ameaças de instabilidade sobem de tom nas ruas. O líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, uniu-se com quem quer ver uma parte do país separada – passando uma borracha pelas acusações aos envolvidos nas tentativas de autodeterminação da Catalunha, na última década –, em troca de votos que lhe garantam mais quatro anos no poder. A direita esperneia e promete resistir nas ruas e nos tribunais, perpetuando o clima de tensão social.
Sánchez lançou, pela primeira vez, uma ponte aos independentistas catalães – que, na legislatura anterior, votaram contra o seu executivo – e assinou um acordo parlamentar que os abrange para construir uma maioria absoluta com 179 dos 350 deputados espanhóis, aprovada no parlamento espanhol, nesta quinta-feira. A coligação de esquerda inclui assim o Somar e seis partidos regionalistas, nacionalistas e independentistas das Canárias, Catalunha, Galiza e do País Basco.