Esta declaração israelita foi feita depois de a Comissão Europeia ter anunciado uma revisão dessa ajuda para averiguar se o dinheiro foi desviado para a organização no poder na Faixa de Gaza desde 2007, que considera terrorista.
“Não temos qualquer suspeita, não temos qualquer acusação de que a União Europeia ou a comunidade internacional estejam a apoiar o Hamas”, afirmou hoje em Bruxelas uma fonte israelita de alto nível, citada pela agência de notícias espanhola Efe.
A mesma fonte assegurou que 90% do financiamento da milícia palestiniana provém do Irão e que Israel também não tem conhecimento de que o Hamas tenha obtido fundos europeus de forma indireta.
“Não temos quaisquer provas”, sublinhou, uma vez que o que a UE faz é “apoiar [a construção de] infraestruturas” para a Palestina.
No entanto, considerou que a revisão iniciada por Bruxelas na semana passada, após o ataque de 07 de outubro do Hamas a Israel, que fez mais de 1.400 mortos, “é a coisa certa a fazer”, dado que a UE é o principal doador internacional à Palestina.
“E estamos em tempo de guerra”, acrescentou.
A Comissão Europeia destinou 691 milhões de euros à Palestina entre 2021 e 2023, dos quais já foram gastos 463 milhões, e está a analisar se parte desses fundos — dirigidos à Autoridade Palestiniana, à Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) e a projetos de ajuda à população — acabaram nas mãos do Hamas.
Bruxelas garantiu que, apesar da investigação, não suspendeu qualquer pagamento, porque não havia nenhum previsto, e mantém o desembolso da ajuda humanitária.
A citada fonte israelita mostrou-se “surpreendida” com as críticas de que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi alvo por causa da viagem que fez a Israel na semana passada, uma vez que, na sua opinião, “mostrou liderança”.
Sobre as advertências que fizeram o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, de que Israel tem o direito de se defender, mas respeitando o direito internacional, pediu que “se houver coisas a transmitir, que tal seja feito à porta fechada”.
Acrescentou que Israel não pede à União Europeia, enquanto organização internacional, apoio financeiro, militar ou médico.
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