O PP foi o partido mais votado nas eleições de 23 de julho e o Rei Felipe VI indicou, em agosto, Alberto Núñez Feijóo, o líder dos populares, como candidato a primeiro-ministro, mas a investidura foi rejeitada pelos deputados, com 177 votos contra dos 350 que têm assento no parlamento.
Com o ‘chumbo’ do parlamento a Feijóo, começou a contar um prazo de dois meses, que termina em 27 de novembro, para o Congresso dos Deputados eleger um novo chefe de Governo e não haver repetição das eleições.
A nova ronda de audições com os partidos termina na terça-feira e Felipe VI deverá indicar a seguir um novo candidato a liderar o Governo, para ser votado pelo parlamento.
O novo candidato será, previsivelmente, o líder do Partido Socialista (PSOE), Pedro Sánchez, que já disse estar disponível e que acredita ter condições para reunir os apoios necessários no parlamento para ser reconduzido no cargo de primeiro-ministro.
Sánchez diz que já demonstrou isso mesmo em 17 de agosto, quando os socialistas conseguiram ficar com a presidência do parlamento graças ao apoio dos partidos de esquerda e das forças nacionalistas e independentistas da Catalunha, Galiza e País Basco.
O líder do PSOE disse recentemente que haverá novo governo de esquerda em Espanha “dentro de pouco tempo”.
Já os dirigentes do Partido Nacionalista Basco (PNV, na sigla em espanhol) e da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), essenciais para a viabilização do governo de Sánchez, disseram que tudo está “muito em aberto”, que não descartam “em absoluto a repetição das eleições” e que “nada está fechado” com o PSOE.
Os independentistas pedem a Sánchez uma amnistia para os envolvidos na declaração unilateral de independência da Catalunha em 2017 e negociações sobre um referendo de autodeterminação na região.
Se a candidatura de Sánchez também falhar, as Cortes espanholas (Senado e Congresso dos Deputados) formadas na sequência das eleições de 23 de julho serão dissolvidas automaticamente em 27 de novembro e haverá novas legislativas 47 dias mais tarde, ou seja, em 14 de janeiro de 2024.
Espanha já repetiu eleições duas vezes, em 2016 e 2019, por nenhum candidato a primeiro-ministro ter sido aprovado pelo parlamento.
MP // SCA