Os dados constam de uma análise do FMI à dívida pública de Moçambique no período de 2022 a 2024, deste mês e consultada hoje pela Lusa, que prevê para o próximo ano custos de 1.551 milhões de dólares (1.380 milhões de euros) com o serviço da dívida, equivalente a 7,1% do Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano.
Em 2022, o FMI estima que o serviço da dívida pública – total de juros pagos e de capital reembolsado – de Moçambique tenha custado quase 1.191 milhões de dólares (1.060 milhões de dólares), equivalente a 7,2% do PIB.
Ainda de acordo com os dados do FMI, Moçambique fechou o ano passado com uma dívida pública total superior a 18.016 milhões de dólares (16.032 milhões de euros), equivalente a 94,1% do PIB estimado, da qual 13.610 milhões de dólares (12.111 milhões de euros) contraídos externamente.
Segundo o FMI, a dívida de Moçambique é avaliada “como de alto risco, mas sustentável” em perspetiva, tendo em conta as receitas futuras com a produção de gás natural no país.
Entre a dívida externa a parceiros bilaterais, a China liderava no ano passado na origem do endividamento contraído por Moçambique, com mais de 1.717 milhões de dólares (1.528 milhões de euros), seguida de Portugal, com 485,5 milhões de dólares (432 milhões de euros).
Já o Banco Mundial era credor no final de dezembro passado em quase 3.017 milhões de dólares (2.685 milhões de euros) e no mercado doméstico Moçambique contava com um endividamento superior a 4.406 milhões de dólares (3.921 milhões de euros).
Após uma recessão de 1,2% em 2020 e um crescimento do PIB de 2,4% em 2021, o FMI estima que a economia moçambicana tenha crescido 4,2% em 2022, admitindo ainda que esse crescimento possa aumentar para 7% este ano, enquanto o Governo prevê 5%.
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