“Estou ciente das posições expressas pelos vossos países, devido às relações que mantêm com as partes em causa, e respeito-as”, disse Charles Michel durante a cimeira União Europeia-Ásia Central, na cidade de Cholpon-Ata, no Quirguistão.
Michel lembrou, no entanto, aos líderes do Quirguistão, Cazaquistão, Uzbequistão, Turquemenistão e Tajiquistão que o 11.º pacote de sanções da UE contra a Rússia incluirá os países que ajudarem Moscovo a contornar as restrições ocidentais.
Os cinco países são ex-repúblicas soviéticas e a Rússia tem exercido um poder tutelar na região.
“Compreendemos as preocupações e os pedidos dos nossos parceiros europeus relativamente a um determinado grupo de bens sujeitos a sanções e estamos prontos a prosseguir o diálogo com a UE sobre esta questão”, respondeu o Presidente do Quirguistão, Sadyr Zhaporov.
O líder quirguiz disse apoiar iniciativas que contribuam para “uma solução mutuamente aceitável” para pôr termo à guerra na Ucrânia.
O Quirguistão “adere estritamente aos princípios da integridade territorial, da soberania, da não-ingerência nos assuntos internos dos Estados, e defende a observância dos princípios e normas do direito internacional geralmente reconhecidos”, afirmou.
Face às “mudanças profundas na arquitetura global das relações internacionais e da segurança”, Zhaporov considerou importante trabalhar em conjunto para reforçar a segurança global e regional, tendo em conta os interesses de cada país”.
No comunicado da cimeira, os líderes da UE e da Ásia Central manifestaram “a preocupação comum com a deterioração da situação no Afeganistão”, governado pelos talibãs e que faz fronteira com o Turquemenistão, o Uzbequistão e o Tajiquistão.
Defenderam também “a importância da promoção e do respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais de todos os cidadãos afegãos, em especial das mulheres, das raparigas e dos grupos étnicos”.
Registaram ainda a necessidade de reforçar a cooperação entre a Ásia Central e a UE “no que se refere aos desafios antigos, novos e emergentes”.
Decidiram, por isso, encarregar os respetivos chefes da diplomacia de “formalizar e fazer avançar” a adoção de um roteiro comum que permita aprofunda os laços entre as partes.
“Podemos oferecer uma parceria sincera” às cinco ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central e “ser um parceiro respeitoso que cria confiança”, afirmou Charles Michel à agência francesa AFP.
A Ásia Central tem sido objeto de uma intensa atividade diplomática desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022.
Antes de Michel, visitaram a região os líderes da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, bem como o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken.
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