“Desejo de ver o povo a exercer o seu direito de eleger e ser eleito e encorajar para que todos ajam de maneira a que estas eleições sejam em primeiro lugar pacíficas, sem violência, tanto na sua preparação como na sua execução no ato eleitoral como depois do ato eleitoral”, disse o ex-Presidente moçambicano, em declarações aos jornalistas após uma audiência com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.
Questionado sobre a possibilidade de uma nova crise política após as eleições, Joaquim Chissano exortou a que “todos se baseiem na Constituição, que indica quais são os caminhos a seguir para resolver quaisquer diferendos que possam existir”.
“Não ouvi nenhuma queixa de quem quer que seja, portanto esperamos que continue esse respeito às instituições e às leis existentes baseadas na Constituição”, referiu.
Sobre se estão reunidas as condições para a realização das eleições, tendo em conta algumas dificuldades invocadas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), o ex-chefe de Estado moçambicano disse que o Presidente da República “não invocou nenhuma dessas dificuldades” e, a existirem, “devem ser assuntos resolvíveis”.
Chissano apelou ainda à população para que transforme as eleições “num momento de festa, de consolidação da solidariedade nacional, da irmandade nacional”.
A Guiné-Bissau precisa de se desenvolver e portanto todos devem trabalhar em harmonia, este é o desejo da União Africana para que a Guiné-Bissau possa ter uma melhor participação em todos os esforços da unidade africana para o desenvolvimento do nosso continente”, disse.
O chefe da missão de observadores da UA apelou ainda a que “nada deve acontecer de mal, que provoque mortes, violência depois das eleições” porque isso “não leva a nenhum sítio” e o “país precisa de andar”.
A missão da União Africana é composta por 29 elementos.
No total, segundo a CNE, estarão no país cerca de 200 observadores eleitorais.
O Presidente guineense recebeu também em audiência os chefes das missões de observadores da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o ex-Presidente cabo-verdiano Jorge Carlos Fonseca, e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o ex-vice-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense Alberto Carlos.
Perto de 900 mil eleitores estão recenseados para votar nas legislativas de domingo, a que concorrem 20 partidos e duas coligações.
A campanha eleitoral termina na sexta-feira.
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