“O Partido Socialista não é apenas a referência da social-democracia aqui em Portugal. É-o também hoje no continente europeu. Nos últimos anos, tem sido um símbolo, em períodos particularmente difíceis para a nossa família política”, declarou Pedro Sánchez, no seu discurso, proferido em inglês, esta tarde no Pavilhão Rosa Mota, localizado nos jardins do Palácio de Cristal, onde decorre a festa popular do 50º aniversário do PS.
Perante milhares de socialistas, que aplaudiram por várias vezes, Pedro Sánchez agradeceu a António Costa pela sua “liderança inspiradora” em períodos difíceis e declarou que o Partido Socialista de Portugal foi um “baluarte” de todo o socialismo europeu em plena década neoliberal na Europa.
“Quando muitos se preparavam para anular a nossa ideologia, foram vocês, os socialistas portugueses, que ergueram a bandeira da social-democracia para reivindicar através da justiça e dos atos o sucesso das vossas políticas. Obrigado, querido António, por essa liderança inspiradora nesses períodos difíceis, quando ela era mais necessária. Obrigado, porque, uma vez mais, o vosso triunfo acabaria por ser o nosso prólogo, por exemplo, em Espanha. E para muitos outros, como aconteceu recentemente na América do Sul”.
Sánchez salientou também que Portugal e Espanha devem colocar a social-democracia na “vanguarda na luta contra a emergência climática”, por serem países que estão “altamente expostos ao impacto do aquecimento global”, referindo que o Parque Nacional de Doñana, junto à fronteira portuguesa a sul, está a sofrer as consequências
“A social-democracia deve liderar a resposta a essa ameaça. Porque se não formos nós, mais ninguém o fará. Os partidos de direita procurarão sempre desculpas para não fazerem nada. E a extrema-direita continuará a alimentar um negacionismo criminoso. Sabemos que o futuro dá sempre razão ao progresso. Mas quando se trata da emergência climática, não se trata apenas de estar certo. Trata-se de agir de forma decisiva. Por uma simples razão: o tempo urge”.
Pedro Sánchez destacou o 25 de abril e afirmou que o Partido Socialista de Espanha continua a celebrar a Revolução do 25 de Abril com “admiração” pelo dia “extraordinário de coragem”.
O presidente da Internacional Socialista e secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol também lembrou a adesão comum à União Europeia.
“Entrámos na União Europeia de mãos dadas, aos ombros de gigantes como Mário Soares e Felipe González. Com a sua liderança, Portugal e Espanha enterraram velhas dúvidas. Deixámos de viver de costas uns para os outros e entramos plenamente no concerto internacional para falar com a energia de uma social-democracia renovada. Juntos, ambos os países travaram mil batalhas para acabar com os preconceitos com os quais Bruxelas via ainda essas jovens democracias ibéricas”.
Sánchez destacou ainda a “resposta justa” dos dois países à emergência provocada pela pandemia da covid-19.
“Não é por acaso que Portugal e Espanha são hoje os dois países que atingiram a maior percentagem de população vacinada em toda a Europa”.
O líder do PSOE e primeiro-ministro espanhol sublinhou ainda também a resposta de Portugal e Espanha articulada através do Plano de Recuperação para fazer frente à guerra na Ucrânia.
“Graças a este compromisso partilhado, a Europa é agora um verdadeiro aliado numa transformação crucial para as nossas economias. Uma transformação que abraça a transição ecológica (…) . Com a força da razão, defendemos a Solução Ibérica para enfrentar a crise energética. Um seguro contra a incerteza que é um escudo contra o disparar dos preços que o mercado de eletricidade pode registar. Travámos esta batalha lado a lado novamente, caro António”.
CCM // SF