“Nós estamos a contestar a instrumentalização do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) pelo MPLA [Movimento popular de Libertação de Angola, partido no poder], particularmente pelo Presidente da República (João Lourenço)”, afirmou Nelito Ekuikui.
O líder da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA) considera que o CNJ “nos últimos anos desviou-se da sua missão fundante. Significa que o Conselho Nacional da Juventude hoje tornou-se num movimento de mobilização para elevar a imagem do atual Presidente da República e do MPLA, que tem a imagem completamente para baixo”.
Nelito Ekuikui acusa designadamente o CNJ de estabelecer o “culto de personalidade” de João Lourenço e de ser o “braço de apoio” do Presidente angolano.
“A direção da UNITA, partido político interessado e vocacionado para o poder, não pode estar numa organização que legitima ações para a manutenção do poder do MPLA”, frisou.
O MPLA governa Angola desde a independência, proclamada em 11 de novembro de 1975.
Nelito Ekuikui acrescentou à Lusa que pondera voltar a integrar somente quando o CNJ “se transformar numa verdadeira plataforma de defesa dos direitos da juventude angolana”.
“Nós vamos agora apreciar para ver se eles mudam. Aí nós voltaremos. Se não mudarem, nós vamos fazer o quê? Tenho de liderar a Juventude angolana, portanto, vamos transformar a JURA na plataforma capaz de congregar a juventude angolana no sentido de fazer a alternância e permitir que a juventude consiga salvaguardar os seus direitos, direito ao trabalho, direito à habitação, direito à educação”, manifestou.
Nelito Ekuikui deu como exemplos da instrumentalização do CNJ pelo MPLA a distribuição de casas e dinheiro “com camisolas de propaganda do Presidente da República, condicionando a consciência (dos jovens angolanos) a um sentido de gratidão ao Presidente da Republica”.
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