Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) defenderam hoje a necessidade de “modernizar a ONU e de introduzir reformas à governação global”, durante uma reunião de trabalho com o secretário-geral das Nações Unidas em Bruxelas.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, foi convidado especial do Conselho Europeu que decorre entre hoje e sexta-feira na capital belga, tendo participado num almoço de trabalho com os líderes da UE.
Durante o encontro foram abordados diversos temas, como a guerra na Ucrânia, a segurança alimentar, a emergência climática, a ajuda ao desenvolvimento e também a reforma da própria ONU, revelou o Conselho Europeu.
Em comunicado, o Conselho indicou que os líderes da UE e o secretário-geral “sublinharam a importância da cooperação UE-ONU para enfrentar os desafios globais prementes”, bem como o seu “empenho comum no multilateralismo, com as Nações Unidas no seu núcleo”, tendo explorado “possibilidades de uma colaboração mais estreita em prol de um mundo pacífico, justo e sustentável”.
“Os líderes expressaram o seu apoio às propostas do secretário-geral no quadro da ‘Nossa Agenda Comum’ e aguardam com expectativa a Cimeira do Futuro em 2024”, prosseguiu o comunicado do Conselho, que apontou que “os líderes [da UE] sublinharam a necessidade de modernizar as Nações Unidas e de introduzir reformas à governação global”.
O secretário-geral, por seu lado, “agradeceu à União Europeia o seu forte apoio às Nações Unidas e ao multilateralismo e apelou a uma cooperação reforçada no contexto da implementação da ‘Nossa Agenda Comum’ e da Cimeira do Futuro do próximo ano”, referiu um comunicado divulgado pela ONU.
Relativamente à guerra na Ucrânia, “os membros do Conselho Europeu reafirmaram o seu total compromisso com a Carta das Nações Unidas e nos seus princípios, numa altura em que estes são violados pela guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, condenada pela Assembleia Geral das Nações Unidas”, frisou ainda a nota informativa do Conselho.
Os 27 garantiram que “continuam decididos a enfrentar o impacto global da agressão russa, e reiteraram a exigência de que a Federação Russa retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares do território da Ucrânia”.
Ainda do lado da ONU, o comunicado de imprensa divulgado apontou que “o secretário-geral discutiu as consequências da invasão russa da Ucrânia, sublinhando o seu apelo a uma paz justa, em conformidade com a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e a resolução adotada pela Assembleia Geral a 23 de fevereiro” passado.
Os chefes de Estado e de Governo discutiram também com António Guterres a iniciativa de cereais do Mar Negro, considerada fundamental para o reforço da segurança alimentar global, tendo o secretário-geral da ONU feito um ponto da situação dos “esforços para facilitar as exportações de alimentos e fertilizantes russos” e elogiado “a UE e os seus cidadãos pela sua solidariedade para com os refugiados ucranianos”, precisou ainda o comunicado da organização internacional.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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