A aprovação, ocorrida durante uma reunião dos ministros dos 27 com o pelouro dos Assuntos Europeus, e que se segue a uma recomendação favorável da Comissão Europeia de outubro passado, constitui a primeira etapa de um longo processo de adesão para este país de cerca de 3,5 milhões de habitantes dos Balcãs Ocidentais.
A Bósnia-Herzegovina tornar-se-á assim o quinto do seis países dos Balcãs Ocidentais a obter o estatuto de país candidato à adesão ao bloco comunitário, e o único que ainda não o obteve, o Kosovo, conta formalizar o pedido na quinta-feira.
A UE tem vindo a desenvolver uma política de apoio à integração progressiva dos países dos Balcãs Ocidentais, um compromisso reafirmado pelos 27 na cimeira celebrada entre as partes na semana passada na Albânia.
Em 2013, a Croácia tornou-se o primeiro país dos Balcãs Ocidentais a aderir à UE, seguindo-se o Montenegro, a Sérvia, a Macedónia do Norte, a Albânia e, agora, a Bósnia-Herzegovina.
Em junho passado, os 27 já haviam tomado também a decisão histórica de conceder o estatuto de países candidatos à Ucrânia e Moldova.
Os processos de adesão são extremamente morosos e alguns dos países com estatuto de candidatos ao alargamento aguardam assim há muitos anos pela abertura formal das negociações.
Entre os países dos Balcãs, o caso mais evidente é o da Macedónia do Norte, que recebeu o estatuto de país candidato em 2005, e 17 anos volvidos aguarda ainda pelo arranque formal das negociações, mesmo depois de já ter mudado de nome, para Macedónia do Norte, para ultrapassar um diferendo com a Grécia. De pouco serviu, pois nos últimos anos tem sido a Bulgária a bloquear a abertura formal das conversações, devido a disputas linguísticas.
Já quanto à Albânia, Tirana viu ser-lhe concedido o estatuto de país candidato em 2014, aguardou seis anos para que o Conselho aprovasse a abertura formal de negociações, mas está também ela refém do veto búlgaro a Skopje, dado a UE ter decidido lidar com as duas candidaturas em bloco.
Por seu lado, Montenegro viu ser-lhe atribuído o estatuto de candidato em 2010 — dois anos depois da apresentação do pedido — e as negociações decorrem há 10 anos, desde 2012, ano em que a Sérvia recebeu por seu turno o estatuto, tendo as negociações começado dois anos depois, em 2014, e progredido lentamente.
O caso mais flagrante de um processo moroso chega contudo de fora dos Balcãs Ocidentais – é o caso da Turquia, a quem foi concedido o estatuto de país candidato em 1999, tendo as negociações arrancado em 2005, mas ‘congelado’ desde 2016, por a UE entender que Ancara se tem desviado cada vez mais do caminho e dos valores europeus.
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