Foi na manhã de domingo que Rishi Sunak se juntou à corrida para a sucessão de Liz Truss ao cargo de primeiro-ministro britânico e não tardou a tornar-se no candidato favorito ao arrecadar o maior número de apoiantes dentro do partido- 170 dos 357 deputados do Partido Conservador.
Rishi Sunak foi ministro das Finanças de Boris Jonhson e agora, aos 42 anos, torna-se primeiro-ministro do Reino Unido. Mas quem é o homem que vai ocupar o lugar de Liz Truss, que apresentou demissão após sucessivos problemas económicos e financeiros do país?
Sunak nasceu em Southampton, Inglaterra, a 12 de maio de 1980 e é descendente de pais indianos, naturais de Punjab- cidade do norte da Índia que faz fronteira com o Paquistão. Estudou em Winchester College, uma escola privada masculina, e, anos mais tarde, à semelhança de Truss, licenciou-se em Filosofia, Ciência Política e Economia na Universidade de Oxford.
Ainda estava a estudar quando conheceu a designer indiana e atual esposa, Akshata Murthy, com a qual tem duas filhas. Se Sunak é o deputado mais rico do Reino Unido, deve-o, em parte, à sua mulher, filha de Narayana Murthy, empresário bilionário indiano, fundador da Infosys, uma das maiores empresas indianas de tecnologia e consultoria.
Terminada a licenciatura, trabalhou como bancário no Goldman Sachs, um dos maiores grupos financeiros em Wall Street, entre 2001 e 2004, e na empresa de gestão de fundos britânica The Children’s Investment Fund Management.
O salto para a vida política deu-se em 2015, ao ser eleito deputado do Partido Conservador para representar a região de Northallerton, Yorkshire, tendo sido reeleito em 2017 e 2019, no governo de Theresa May. Fez diversas campanhas a favor do Brexit e quando Theresa May apresentou a demissão, apoiou a candidatura de Boris Jonhson para este se tornar líder do Partido Conservador.
Já no mandato de Boris Jonhson foi nomeado Secretário-Chefe do Tesouro, em 2019, e Chanceler do Tesouro, em 2020, cargo que exerceu até julho de 2022. Como Ministro das Finanças, Sunak aprovou um pacote de milhões de euros para ajudar financeiramente as empresas britânicas a conter a crise gerada pela pandemia de COVID-19 e saída da União Europeia.
Apesar de tentar distanciar-se das polémicas de Boris Jonhson, também Rishi Sunak esteve envolvido no escândalo Partygate, ao participar em eventos sociais e quebrar as regras de isolamento criadas em plena pandemia. Este ano, o escândalo sexual que envolveu um deputado do Partido Conservador foi o bastante para Sunak quebrar o elo com o governo de Boris Jonhson e apresentar a sua carta de demissão, em julho. Com ele, saiu uma onda de deputados e, mais tarde, o próprio Primeiro-Ministro apresentou publicamente a sua demissão.
A segunda corrida às eleições
Ainda a demissão de Boris Jonhson ecoava na comunicação social britânica, já Rishi Sunak tinha anunciado a intenção de se tornar líder do Partido Conservador. Foi o mais votado pelos deputados, mas foi perder para Liz Truss nas eleições gerais do partido, realizadas a 5 de setembro.
Para anunciar, seis semanas depois, a já esperada candidatura à liderança do partido, depois de Truss se demitir do cargo, o ex-ministro das Finanças recorreu ao Twitter, onde deixou clara a sua intenção: “O Reino Unido é um grande país, mas enfrentamos uma profunda crise económica”, começou por escrever. “Servi como chanceler, ajudando a conduzir a economia através de tempos difíceis. Os desafios que enfrentamentos agora são ainda maiores. Mas as oportunidades, se escolhermos de forma correta, são fantásticas”. “Quero consertar a nossa economia” e “unir o partido”, acrescentou.
Depois de Penny Mordaunt ter desistido da corrida, a vitória de Sunak é certa e o ex-ministro das Finanças prepara-se para se tornar no primeiro governante de origem britânico-indiana a dirigir o parlamento.