Giorgia Meloni tem passado os últimos anos a demarcar-se da herança fascista de Benito Mussolini, mas está agora em vias de lhe suceder, um século depois, enquanto líder da extrema-direita à frente do governo italiano. Se tudo correr como as sondagens indicam, sem grande margem de erro, a presidente do partido nacionalista conservador Fratelli d’Italia (Irmãos de Itália – FdI) sairá vencedora das eleições gerais deste domingo, 25, e assumirá o cargo de primeira-ministra, ao leme da coligação de direita que junta, entre outros partidos mais pequenos, os populistas da Liga Norte, de Mateo Salvini, e da Força Itália, de Silvio Berlusconi.
Ondas de choque ameaçam agitar a União Europeia (UE) nos próximos tempos – a começar no Mediterrâneo, onde Meloni admite impor um “bloqueio naval” para travar a imigração do Norte de África –, numa época já de si marcada por grande turbulência, perante a guerra na Ucrânia e a crise energética, a inflação e o aumento dos custos de vida, a emergência climática e a necessidade de acertar o passo para contrariar o aquecimento global.