Numa tarde de sol e calor, Brad Hassig nadava na sua piscina em Mountain Brook, Alabama, nos Estados Unidos, com os seus filhos gémeos e com um vizinho. O americano, de 46 anos, estava a fazer exercícios de respiração de baixo de água (submergia, sustinha a respiração durante cerca de um minuto, e voltava para cima) enquanto os mais pequenos brincavam.
Apesar de fazer este treino com regularidade, desta vez, Hassig não voltou à superfície – o único adulto em casa perdeu a consciência.
Não se sabe quanto tempo esteve inconsciente, mas seus filhos repararam no que estava a acontecer: inanimado e no fundo da piscina, o pai estava a afogar-se. Christian, um dos gémeos, colocou os óculos de proteção. “Eu conseguia ver que o seu rosto estava a começar a ficar azul”, lembra. “Foi muito assustador”.
O menino de 10 anos lembra-se de ter gritado e começado a chorar. “O papá não está bem”, gritou. E em pouco tempo, passou do pânico à ação. “Estávamos apenas a concentrar-nos em salvar a vida do nosso pai”.
Brad Hassig, que pesa mais de 80 quilos, foi retirado de água pelos gémeos e pelo vizinho, de 11 anos, que o puxavam pelos ombros arrastado pelos degraus da piscina. A primeira reação foi ir buscar o telemóvel do pai, mas estava bloqueado. Assim, Christian correu para a rua à procura de ajuda.
O outro gémeo, Bridon começou a fazer manobras de reanimação cardiopulmonar, algo que nunca tinha feito antes. No entanto, já tinha visto recentemente a técnica nos filmes Hook e The Sandlot. E embora estivesse “assustado e em pânico” no momento, conta Bridon, as imagens dessas cenas rapidamente lhe vieram à cabeça.
A criança começou por inclinar a cabeça do pai para trás, fazer compressões no peito e aplicar técnica de respiração boca-a-boca. “Eu apenas sabia que precisava de fazer aquilo”, diz Bridon. Pouco tempo depois de ter começado a fazer a respiração, o pai acordou, tossindo espuma, sangue e água. “Foi provavelmente o momento mais emocionante da minha vida”, conta o gémeo.
Minutos depois, os paramédicos chegaram porque Christian conseguiu parar um carro e ligar para o 112. Entretanto, também um vizinho cardiologista ouviu as sirenes e ajudou a verificar o pulso de Hassig, que foi transportado de ambulância para o Centro Médico de Grandview, em Birmingham, no estado do Alabama.
Já depois de ter alta, o homem explicou aos jornalistas que os médicos o informaram que o incidente era resultado de o seu ritmo cardíaco e de a pressão sanguínea terem descido de forma muito rápida.
“Os meus rapazes são heróis pelo que fizeram”, disse Hassig, que também tem uma filha de 14 anos. “Os meus rapazes de 10 anos, sem formação, e o seu amigo de 11 anos, também sem formação, não paralisaram” perante uma situação de perigo.