Foi há quatro anos que Billie Eilish revelou aos seus fãs que, desde os 11 anos, tem Síndrome de Tourette. Mas só agora explicou como é o seu dia-a-dia com a condição, durante o programa do comediante David Letterman, “My Next Guest Needs No Introduction”, disponível na Netflix.
Durante a entrevista, a cantora explica que hoje consegue encarar a Síndrome como sendo parte de si e sente-se “confiante”. “Não é como se gostasse, mas eu sinto que é uma parte de mim. Eu fiz amigos com a síndrome. E estou bastante confiante”, reconhece.
A Síndrome de Tourette é uma perturbação neurológica que se traduz na presença de determinados tiques (simples ou complexos), seja movimentos ou sons. Os tiques simples envolvem apenas algumas partes do corpo e pode ser, por exemplo, o ato de apertar os olhos ou a ação de cheirar. Os mais complexos podem ser um padrão, como abanar a cabeça durante um pulo.
No caso de Billie Eilish, como ela própria refere, são pormenores: puxa a orelha para trás e para a frente, sobe a sobrancelha e estala o maxilar. “Se me filmarem durante um período de tempo, vão conseguir ver vários tiques”, explica. “São coisas que nunca reparariam se estivessem a ter uma conversa comigo”.
A cantora afirma que hoje “adora” responder perguntas sobre o assunto. “Porque é muito, muito interessante. [Mas] ainda estou um pouco confusa, ainda não percebo tudo”, nota.
Cerca de 1% das crianças e adolescentes em todo o mundo está diagnosticada com a síndrome, segundo a Associação Portuguesa de Síndrome de Tourette (APST). Os rapazes têm três vezes mais probabilidade de terem tiques do que as raparigas. Os primeiros sinais costumam aparecer entre os 4 e os 6 anos, e intensificam-se por volta dos 10. Para uma pessoa ser diagnosticada com a condição, os tiques precisam de se repetir, pelo menos, durante um ano.
Aos 20 anos, Billie Eilish diz que a frequência dos tiques diminuiu, apesar de não terem desaparecido por completo.