Christian Brückner, suspeito de ter raptado e matado Madeleine McCann, desaparecida desde 3 de maio de 2007, diz agora ter um álibi que o afasta da acusação, revela a Sky News. De acordo com o próprio Brückner, o homem estaria nesse momento na sua autocaravana, perto de Faro, a ter relações sexuais com uma jovem alemã, que estava de férias com os pais na região.
De acordo com o mesmo órgão, Brückner garante que, no dia seguinte, terá levado a mulher ao aeroporto, já que esta regressaria à Alemanha, e acrescenta que os dois foram parados e fotografados pela polícia portuguesa no caminho para lá. Portanto, afirma, as autoridades portuguesas poderão provar a sua inocência. De acordo com o homem, a mulher com quem afirma ter estado já foi identificada por ele e confirmará esta história e a polícia alemã também já anunciou ter encontrado uma fotografia da mulher referida por Brückner, deitada na sua autocaravana.
No fim de janeiro, ao 15º ano desde o desaparecimento de Madeleine McCann, as autoridades alemãs garantiam ter novos indícios que provavam que Christian Brückner teria raptado e matado a menina, apesar de as primeiras suspeitas terem surgido ainda em 2020.
De acordo com uma investigação do The Sun, as autoridades teriam provas de que Brückner entrou no apartamento de férias da família McCann na Praia da Luz, Lagos, Algarve, com o objetivo de o assaltar, enquanto os pais jantavam com amigos no restaurante do resort. Contudo, esse assalto passou a ter um “motivo sexual”, lê-se na investigação.
No momento do desaparecimento de Maddie, Brückner estaria a viver na região, dentro de uma carrinha, sendo que a polícia terá localizado o seu telemóvel perto da Praia da Luz entre as 19h32 e as 20h02 do dia do desaparecimento da criança. Se o álibi for confirmado, estas provas tornam-se contraditórias.
À Sky News, o procurador alemão e uma das pessoas que lidera a investigação juntamente com detetives portugueses e britânicos, Hans Christian Wolters, garante que, até agora, o suspeito ainda não apresentou “qualquer álibi” e que, até ao momento, não há nada que prove a sua inocência.
Já segundo o seu ex-advogado, Serafim Vieira, que, em 2006, representou Brückner num roubo de combustível em Portugal, o suposto álibi do suspeito não devia ser descartado.
Acusações por crimes sexuais há mais de 20 anos
Christian Brückner está atualmente preso por crimes de droga, e tem várias acusações por abusos sexuais de menores e adultos, tendo sido condenado a sete anos de prisão pela violação de uma mulher norte-americana de 72 anos no Algarve, em 2005. Além disso, nas últimas duas décadas, foi ligado ao desaparecimentos de crianças tanto em Portugal (1996) como na Alemanha (2015).
Na Bélgica, Brückner foi associado ao homicídio de uma adolescente de 16 anos, Carola Titze, de 16 anos, que desapareceu em julho 1996. O seu corpo foi descoberto uns dias depois.
O Jornal de Notícias noticiou também que, em 2017, o homem exibiu os seus órgãos sexuais a duas crianças num parque infantil, em Portugal, sendo que as autoridades foram chamadas ao local para o identificarem. Brückner foi deportado para a Alemanha após o sucedido.
Além do caso de Maddie, Hans Christian Wolters está também a investigar Brückner por outras três acusações de crimes sexuais. “Não é previsível quando chegaremos ao fim [da investigação]. Portanto, não posso dizer que concluiremos definitivamente as investigações este ano”, admite o procurador, relativamente ao caso do desaparecimento da menina britânica.