Um ex-funcionário público do País de Gales teve acesso a informação “oficial e sensível” relativa aos protocolos reais a seguir no momento da morte da rainha Isabel II de Inglaterra, depois de ter recebido por engano um e-mail diretamente do governo civil do País de Gales.
Embora Andrew Goodall, o líder do governo civil do País de Gales, tenha dito à BBC que o e-mail não continha “informação operacional” sobre os procedimentos, foi aberta uma investigação oficial para averiguar todos os detalhes. Mark Palmer, analista na BBC, admite que o episódio é “embaraçoso” para o governo do País de Gales, especialmente porque “envolve a rainha”.
Não é a primeira vez que documentos internos relacionados com os protocolos para a morte de Isabel II são partilhados com o público. Já em 2021, o POLITICO tinha publicado um artigo intitulado “O plano do Reino Unido quando a rainha Isabel II morrer”, baseado numa série de documentos que obteve, detalhando em pormenor os planos da chamada “Operation LONDON BRIDGE” [Operação Ponte de Londres], o nome de código dado ao processo.
De facto, segundo a BBC, os e-mails enviados por engano pelo governo do País de Gales estão precisamente relacionados com esta questão. Na sequência da publicação do artigo do POLITICO, um alto representante civil britânico confessou estar preocupado com a divulgação de informações confidenciais a órgãos de comunicação social. Logo a seguir, outro representante sugeriu que se desenhasse um plano de segurança para evitar a repetição deste tipo de episódios, a ser enviado para todos os governos locais do Reino Unido. E foi exatamente esse plano de segurança que acabou na conta de e-mail do ex-funcionário público galês.
Andrew Goodall conclui que se leva “muito a sério a questão da informação e da segurança dos dados e esta questão está agora a ser investigada como uma potencial violação de segurança”, acrescentando que não pode “fazer mais comentários”.