Mavys Álvarez, uma mulher cubana que manteve uma relação com Diego Maradona há cerca de duas décadas, alega que o futebolista a violou quando ainda era menor de idade, “roubando-lhe a sua inocência”.
Álvarez testemunhou na semana passada a um tribunal argentino. O círculo próximo de pessoas que acompanhava Maradona na altura enfrenta ainda acusações de tráfico de pessoas, privação ilegítima de liberdade, iniciação ao uso de drogas e lesões graves. As queixas remontam a 2001, e estão relacionadas com uma viagem que os dois fizeram à Argentina.
Álvarez conheceu Diego Armando Maradona em Cuba, numa altura em que o futebolista, com 40 anos, viajou até Havana para se reabilitar dos seus vícios de drogas. Mavys Álvarez tinha apenas 16 anos na altura, e os dois mantiveram uma relação durante cerca de quatro anos.
Numa conferência de imprensa em Buenos Aires, Argentina, Álvarez alegou que Maradona a violou na clínica de reabilitação em que estava internado, em Havana.
“Ele tapa-me a boca, viola-me… não quero pensar muito sobre isso”, recorda Álvarez. “Deixei de ser uma menina, toda a minha inocência me foi roubada. É difícil. Deixamos de viver as coisas inocentes que uma rapariga daquela idade tem de experimentar”.
Até agora, em entrevistas a órgãos de comunicação social, Álvarez sempre descreveu a relação entre os dois como consensual. Mas admite que o facto de Diego Maradona ser, na altura, amigo próximo do Presidente cubano Fidel Castro, falecido em 2016, foi a única razão pela qual a sua família aceitou a relação, apesar da diferença de idades. “A minha família nunca a teria aceite se o governo cubano não tivesse estado envolvido”, explica. “Foram forçados, de outra forma, a aceitar uma relação que não era boa para eles, nem para ninguém”.
Tanto o Governo cubano como o advogado que representava Diego Maradona até à sua morte, Matias Morla, recusaram fazer quaisquer comentários.
Álvarez afirma que decidiu tornar a sua história pública para “ajudar todas as mulheres, todas as vítimas do tráfico, do crime”, e acrescenta ainda que é difícil regressar à Argentina, o país natal da estrela do futebol. “É difícil estar no país dele, ver que ele está em todo o lado, que é um ídolo e, ao mesmo tempo, tudo o que me lembro dele como pessoa é bastante feio”, acrescenta.