O caso remonta já a janeiro de 2020, mas só agora foi conhecido: uma criança negra de 10 anos foi detida numa escola primária de Honolulu, a Honowai Elementary School, no Hawai, devido a um desenho feito na sequência de uns atritos “normais” entre jovens. O pai de uma das crianças terá ligado para a escola a reclamar desse mesmo desenho e a exigir que a polícia fosse chamada ao local.
A situação foi relatada pela organização não governamental American Civil Liberties Union of Hawaii (ACLU), que se dedica à defesa dos direitos e liberdades civis e que, no início desta semana, enviou uma carta para o Departamento da Polícia de Honolulu, para o Departamento de Educação e ao procurador-geral do Estado a denunciar a situação e a exigir ações imediatas. Na carta, a ACLU afirma que a criança participou, “supostamente, na realização de um desenho ofensivo sobre uma estudante em resposta ao facto de essa mesma estudante tê-la intimidado”. A criança contou, depois, que outras crianças também escreveram e pintaram naquele desenho e que não terá sido ela a entregá-lo à outra estudante.
De acordo com a organização, quando as autoridades chegaram à escola, a criança, impedida de ver a mãe, Tamara Taylor, que terá sido chamada à escola, foi “algemada com força excessiva e levada para a esquadra”. Taylor argumenta que se sentiu destituída dos seus direitos enquanto mãe, enquanto a filha se viu privada do seu direito à proteção e à representação, por ser menor. “Eu e a minha filha estamos traumatizadas com estes acontecimentos e estou desanimada por saber que este dia viverá para sempre com ela”, referiu Tamara Taylor, em comunicado.
O advogado que representa a família, Mateo Caballero, referiu que a forma a criança e a mãe foram tratadas é “muito comum e totalmente evitável”, sugerindo que se tratou de um caso de discriminação racial.
A ACLU exige agora que sejam eliminados todos os registos de detenção da menor e que seja paga uma indemnização de 500 mil dólares à família, devido a todo o “sofrimento” provocado. À CNN, o Departamento da Polícia de Honolulu afirmou estar a analisar a carta e a trabalhar no sentido de escrutinar todas as alegações, mas o Departamento de Educação não quis fazer qualquer comentário relativamente à situação. A organização exige obter uma resposta acerca da carta até 8 de novembro.