“Com o mote “Para as crianças deslocadas, a escola é uma primeira casa”, a campanha procura sensibilizar os clientes do grupo Jerónimo Martins, nas lojas Pingo Doce e em mercadao.pt, para a aquisição de vales de 1Euro, 3Euro e 5Euro, que irão tornar mais fácil a educação das crianças moçambicanas”, diz a organização, em comunicado divulgado hoje.
Segundo a nota, estima-se que sejam já “mais de 400 mil as crianças deslocadas em fuga aos conflitos armados em Cabo Delgado, que deixaram tudo para trás, e que ficaram sem teto, e para as quais a escola se torna uma primeira casa: lugar de segurança, de convivência e estabilidade, de esperança num futuro”.
Os portugueses podem contribuir para esta ajuda ao ensino das crianças da província moçambicana de Cabo Delgado adquirindo vales, que permitem distribuir lanches (1Euro), mochilas (3Euro) e manuais escolares (5Euro), explica a Helpo na nota.
A ONG sublinha que para aquelas crianças “um lanche, distribuído na escola pode ser o incentivo para ir às aulas diariamente” porque nas comunidades rurais “muitas crianças têm de fazer vários quilómetros a pé para chegar à escola”, por isso, “uma mochila faz toda a diferença”.
A realidade de quem deixa as suas aldeias, sob ameaça ou durante um ataque armado, deixando para trás todos os bens materiais que acumulou e muitos familiares, “e´ a de chegar a novas geografias com care^ncias extremas de todo o tipo”, realça.
“As histo´rias dos deslocados de guerra que chegam a`s comunidades sa~o de dor, perda, desamparo e falta de tudo. Procuramos atuar no imediato, aliviando o sofrimento causado por esta falta e, no me´dio e longo prazo, causando um impacto concreto na vida das pessoas, com enfoque na protec¸a~o das crianc¸as, a sua dignidade e direitos”, refere a Helpo.
A ONG recorda que a provi´ncia de Cabo Delgado, no norte de Moc¸ambique, vive “uma situac¸a~o drama´tica, um cena´rio de crise humanita´ria urgente e sem precedentes”, que se tem arrastado e agravado desde outubro de 2017, um contexto emergencial, onde os direitos humanos de pelo menos 800 mil pessoas “sa~o desprezados a cada minuto”.
Com 12 anos de trabalho na provi´ncia de Cabo Delgado, a Helpo tem acompanhado de perto esta crise humanita´ria.
“Das centenas de milhares de pessoas deslocadas, mais de 40.000 chegaram a`s comunidades de Silva Macua, Mahera, Impire, Ngoma, Mie`ze, Mahate (Cabo Delgado) e Namialo (Nampula), onde comec¸a´mos a intervir em 2009”, adianta.
Perante a necessidade de intervenc¸a~o imediata para apoiar estas populac¸o~es, em julho de 2020, a Helpo delineou e implementou um Plano de Intervenc¸a~o de ajuda aos deslocados em Cabo Delgado e Nampula, atrave´s de assiste^ncia alimentar de emerge^ncia, distribuic¸a~o de roupa, itens de utilidade dome´stica e material de higiene.
Disponibilizou também apoio e psicossocial a`s fami´lias e rastreios de stress psicolo´gico, e desenvolveu um trabalho de sensibilizac¸a~o sobre a integrac¸a~o de pessoas deslocadas nas comunidades escolares.
ATR // VM