Vai descolar um foguetão no âmbito da missão espacial Artemis I, que vai dar a volta à Lua com um manequim, de forma a “preparar o terreno” para os astronautas a sério. E como se chama este manequim? Isso vamos ser nós a decidir, através duma votação que decorre desde o dia 16, nas redes socias da NASA, dia sim dia não. O voto vai para um de dois nomes em cada dia. Os vencedores de cada chave competem entre si até ao confronto final, na segunda-feira, dia 28 de junho. Na prática, existem oito nomes em competição, que disputam os quartos de final, as meias finais e a final, como se fossem numa prova desportiva a eliminar. O primeiro vencedor foi Ace, que ganhou a Wargo.

A Artemis é a missão que vai possibilitar o regresso do Homem à Lua. Homem como quem diz – este projeto da NASA pretende enviar a primeira mulher e a primeira pessoa de cor ao satélite natural que orbita a Terra. Mas primeiro vai um manequim “apalpar terreno”.
Eis os possíveis nomes e a sua descrição, tal como indica o site da NASA:
ACE. Simples, prático. Significa Artemis Crew Explorer.
CAMPOS. Engenhoso, solucionador de problemas. Uma dedicação ao Arturo Campos, que foi uma peça chave para trazer a Apollo 13 para casa.
DELOS. Nostálgico, romântico. A ilha onde Apolo e Artemis nasceram, de acordo com a mitologia grega.
DUHART. Caloroso, acolhedor. Em dedicação a Irene Duhart Long, diretora médica do Kennedy Space Center.
MONTGOMERY. Pioneiro, inovador. Em dedicação a Julius Montgomery, o primeiro afro-americano a trabalhar como profissional técnico na estação da Força Aérea do Cabo Canaveral.
RIGEL. Brilhante, inspirador. A estrela gigante na constelação de Orion.
SHACKLETON. Secreto, abundante. Uma cratera no Pólo Sul da Lua e uma referência a um famoso explorador da Antártica.
WARGO. Entusiasmado, apaixonado. Em dedicação a Michael Wargo, o primeiro Cientista Chefe da Exploração da NASA.
Porque é que vai primeiro um manequim?
Os manequins servem como modelo anatómico que simula o corpo humano e costumam ser usados nos treinos para resgates de emergência, educação médica e pesquisa. Este manequim vai a bordo do foguetão Orion, no lugar do capitão, e segue com dois sensores de radiação no seu assento, que servem para registar a aceleração e a vibração. A informação recolhida através desses e de outros sensores vai servir para melhor proteger os astronautas nas missões que se seguem.
O manequim não vai sozinho. A seu lado viajam também dois modelos de torsos humanos, chamados fantasmas, feitos de materiais que imitam os ossos humanos, tecidos moles e órgãos de uma mulher adulta. Os seus nomes são Zohar e Helga e pertencem à Agência Espacial de Israel e ao Centro Aeroespacial da Alemanha. Ambas fazem parte de uma investigação chamada Matroshka AstroRad Radiation Experiment que tem como objetivo fornecer dados sobre os níveis de radiação durante as missões para a Lua.
O robô Mars Rover Perseverance, que aterrou em Marte em fevereiro, recebeu o nome através de um concurso feito no início de 2020, ganho por Alexander Maher, que na altura andava no sétimo ano, no Estado de Virgínia.
Depois de finalizada a missão da Artemis I, será a vez da Artemis II, que vai descolar em 2022, se tudo correr como previsto. Essa já levará astronautas, mas ainda não vai aterrar na Lua. Em 2024, sim, a Artemis III já vai levar austranautas à Lua, pela primeira vez desde 1972.