Parecia uma brincadeira, mas não foi: no mês passado, um vídeo de um sermão de Stewart-Allen Clark, tornou-se viral na internet devido às suas declarações consideradas machistas e retrógradas. Durante mais de 20 minutos, Clark fala sobre as mulheres não poderem “desleixar-se depois do casamento” e de terem a obrigação de fazer um esforço para estarem atraentes aos olhos dos maridos, emagrecerem e usarem maquilhagem caso seja necessário, já que “Deus fez os homens atraírem-se por mulheres bonitas”.
“Os homens precisam que as suas mulheres pareçam mulheres” e que estejam sempre impecáveis, tanto em casa como em público, considera o pároco, que referiu ainda “não há nada de atraente” no facto de as mulheres usarem chinelos e pijamas. “Isso não vai funcionar”, acrescentou, referindo que nem todas podem ser uma Melania Trump, “a mulher troféu épica de todos os tempos”. “Talvez possa ser apenas um troféu de participação”, acrescentou, enquanto aparecia, no ecrã atrás de si, uma fotografia da ex-primeira dama americana sentada com um vestido azul. “Nem toda a gente pode ser assim”, disse.
Clark afirmou, ainda, que o mais importante, acima de tudo, era a opinião dos homens em relação à aparência física das mulheres e, para o justificar, leu um excerto da Primeira Epístola aos Coríntios: “a esposa já não tem todos os direitos sobre o seu corpo, divide-os com o marido.”
Agora, a Igreja Batista Geral, em Malden, Missouri, EUA, fez um comunicado no seu site oficial, referindo que, dois dias depois da publicação do vídeo, no facebook, Allen Clark tirou uma licença e está a procurar “aconselhamento profissional”.
“Os batistas gerais acreditam que todas as mulheres foram criadas à imagem de Deus e que devem ser valorizadas precisamente por esse motivo”, foi escrito no Facebook dos General Baptist Ministries (Ministérios Batistas Gerais, em português), aos quais a igreja é afiliada, depois da publicação do vídeo, como forma de reprovação dos comentários indecorosos de Clark sobre as mulheres.