“A economia de Cabo Verde é das mais afetadas pela pandemia, foi o pior choque desde a independência, e estimamos que no ano passado o PIB tenha contraído mais de 8%, possivelmente 11%, devido à queda das receitas internacionais do turismo, que chegaram a cair 91% no segundo trimestre de 2020”, afirmou Helena Afonso.
Em entrevista à Lusa sobre Cabo Verde a propósito da divulgação do relatório do UNDESA sobre a Situação Económica e Perspetivas Mundiais, hoje em Nova Iorque, a analista salientou que “o turismo vale metade das exportações de bens e serviços” e “é uma fonte muito importante de receitas”.
A previsão do UNDESA “aponta para um crescimento de 3% do PIB, sustentado numa recuperação parcial das exportações, maior consumo privado e investimento e mais produção agrícola, assumindo que a epidemia estará mais controlada a partir do segundo trimestre dada a disponibilização de vacinas”, referiu Helena Afonso.
No entanto, a especialista alertou que “caso haja um agravamento das infeções, isto prejudica a economia, por exemplo através de mais encerramentos de empresas que não aguentam as restrições”, mas no geral “o país tem respondido bem à crise, entregando benefícios sociais aos mais vulneráveis e rendimentos às empresas”.
O problema, explicou, é que “a pouca margem de manobra em termos fiscais tem limitado a resposta económica e a elevada dívida, bastante acima dos 150% em 2020, deverá aumentar e o défice orçamental também deverá permanecer elevado”.
A inflação, por conseguinte, manteve-nos nos 8% no ano passado “dada a fraca procura interna e a taxa de paridade com o euro, devendo acelerar para 11,5% este ano, o que permitirá a continuação da política monetária com taxas de juro historicamente baixas”.
África registou nas últimas 24 horas mais 641 mortes por covid-19 para um total de 85.278 óbitos, e 19.619 novos casos de infeção, segundo os últimos dados oficiais da pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados é de 3.438.133 e o de recuperados nos 55 Estados-membros da organização nas últimas 24 horas foi de 25.062, para um total de 2.903.296 desde o início da pandemia
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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